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Jean Claude Lima
Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".
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Pergunte ao torcedor
01/05/2010
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Pergunte ao torcedor atleticano do que ele mais gostaria. De um belo balanço financeiro, cheios de números positivos, ou de um título da Copa do Brasil ou até mesmo de um Campeonato Paranaense. Eu não tenho lá muita certeza da resposta. Nossa torcida tem orgulho do patrimônio do Clube, pois afinal de contas ele está mesmo entre os melhores do Brasil. Mas acho que vale a pena perguntar. Numa semana de poucas novidades, entre elas a chegada de um bom jogador, e a volta aos treinos do Predador, o balanço ganhou literalmente as páginas dos jornais e isso é bacana. Os números por mais frios que possam parecer, quando analisados à luz dos resultados em campo, ganham novos significados e significações.
Foi também uma semana de ultimatos. O Atlético, expressado por Enio Fornea, exigindo uma definição das autoridades, no estilo daquelas “pára ou continua”. Interessante esse ultimato... Se eu fosse um sujeito abusado e estivesse nas fileiras do outro lado da “força”, diria que “já que o Atlético faz essas exigências, deixa que nós viabilizemos em nosso estádio”. Pronto, estaria criado um ambiente de confusão e incerteza, já que por mais que esteja tudo decidido, nada está resolvido. E justamente por isso, há espaço para que Enio Fornea encha o peito de razão e venha à público exigir definições. Na minha opinião, creio que a cidade e o Estado estão vacilando nessa questão. A Copa não é só importante para o Atlético, mas para todo Paraná. Vai gerar empregos na cidade, além de promover mudanças culturais no jeito de cada um de nós se relacionar com a cidade.
Mas a semana ainda estava chegando ao fim, quando o ex-técnico das categorias de base do Atlético, vem aos jornais dizer que concepção de trabalho do Furacão é voltada a gerar receita, enquanto a do rival é para gerar atletas que vão disputar jogos por amor ao clube. Essa é frase publicada pela Gazeta do Povo: “Hoje no Coritiba, Marquinhos Santos diz que o Coxa revela jogadores em prol do time, enquanto o Furacão só pensa nas cifras...”.
O fato é que Marquinhos Santos engrossa a fila dos caras que saídos do Atlético, desenvolvem algum tipo de ódio visceral, que os leva a promover ataques e não importa de que forma, ao Clube onde outrora trabalharam. Temos que levar isso em consideração, pois há algo em nossa política de gestão que nos transforma em uma máquina de produzir desafetos. No caso específico de Marquinhos, creio que ele perdeu uma excelente oportunidade de ficar de boca fechada, pois no futebol as coisas são muito afetas a ciclos. O que é verdade hoje pode se tornar mentira amanhã. O ídolo daqui pode virar ídolo lá e por aí afora. Marquinhos trabalha bem e é um cara inteligente. Comeu bola e marcou feio nessa. Não precisava se expor.
Por fim, gostaria de lamentar que o Atlético tenha fechado suas portas, ainda que de forma momentânea quero crer, ao Torneio Gols Pela Vida que será realizado de forma breve pelo Hospital Pequeno Príncipe, um evento de natureza esportiva, voltado à arrecadação de fundos para as milhares de crianças que precisam dos serviços do Pequeno Príncipe durante todos os dias do ano. Ao contrário do Avaí em Santa Catarina, que abriu suas portas para realizar um grande jogo com ídolos do passado para arrecadar fundos para as vítimas do terremoto no Haiti, estando entre eles Zico, Bebeto e Romário, aqui temos pouco espaço para uma ação de natureza filantrópica. Fidalguia e elegância no trato aos vizinhos nunca é demais. O Hospital Pequeno Príncipe, assim como as dezenas de crianças internadas lá, são vizinhas do Atlético e eu tenho certeza, de que um dia essa decisão há de mudar. Quase tudo muda... Os dirigentes, os jogadores e as concepções de vida e mundo.
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