Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Danilo, Manoel e o Atletiba

17/04/2010


Tocar no assunto Danilo é quase como se fosse um assunto obrigatório nessa semana importante, e até agora extremamente conturbada para o Atlético. Do meu ponto de vista, o caso dele não é de forma nenhuma isolado de um contexto bem maior, que revela uma falta de trato com atletas e profissionais que passam por nossa casa. O ódio de Danilo por nós, deve ter a medida exata da forma em que ele deve ter sido tratado por essas bandas. Jamais diminuirá e da nossa torcida, seguramente receberá para sempre o mesmo tratamento. É assim que é. E acho bem bom para nosso prosseguimento na Copa do Brasil que ele venha jogar aqui, pois é impossível que ele passe imune a enorme vaia que receberá, a cada vez que pegar na bola.

Não é assim que eu vejo o futebol. Há que se discutir de uma maneira mais profunda, que tipo de atleta estamos formando, pois se temos aqui no CT do Caju todos os recursos tecnológicos, qualidade nos espaços e tudo mais que trouxe Dunga e a Seleção Brasileira até nós, parece que ainda pecamos na formação do caráter e do senso de profissionalismo de nossos jogadores. Inegável não é? Danilo passou três anos e meio por aqui. E parece não ter aprendido nada.

Se eu jogasse bola contra o Manoel, seguramente eu diria alguns impropérios a ele, evidentemente jamais levando adiante a ignorância demonstrada por Danilo. Do meu ponto de vista, Manoel às vezes e várias vezes, abusa do seu vigor físico de forma desnecessária. Porém nesse caso, agredido da forma covarde como foi e por não ter sangue de barata, reagiu e alguns idiotas da imprensa tentaram igualar essa reação dele, a vergonha dos atos cometidos por Danilo. A tal cabeçada nem passou perto de ser um ato de extrema violência. Se estivesse mais maduro, Manoel deixaria Danilo arder só no fogo do inferno. Aliás, a atitude de Manoel está correta em levar o caso adiante. Serve como exemplo para outros, que vão pensar duas, três vezes antes de agir da mesma forma.

Esse contexto turbulento, o desgaste da partida, viagens e tudo mais, nos coloca na condição de franco atiradores no Atletiba de amanhã. Se ganharmos será a glória suprema, pois nossos adversários estão de joelhos dobrados e o campeonato paranaense servirá como uma cortina de fumaça para esconder o difícil período que está por vir, de mais um ano na segunda divisão. É deles a responsabilidade e acho que até o espírito e motivação são maiores por lá, do que cá. Se você fosse perguntar aos nossos jogadores, longe dos holofotes, qual partida que eles consideram mais importante, não sei qual seria o resultado. Se perguntarem para mim, será uma das primeiras vezes que eu direi, sem menosprezo ao nosso tradicional rival que está na segunda divisão: é o jogo contra o Palmeiras!

Essa é uma importante mudança de perspectiva, no meu entendimento. Se passarmos pelo Palmeiras, nosso próximo jogo será contra Santa Cruz ou Atlético-GO. Estaremos bem, perto de uma semifinal da Copa do Brasil, o que é bem diferente de um título paranaense, que aparece uma vez na segunda-feira no Globo Esporte local.

O título da Copa do Brasil nos leva a Libertadores. É ou não é uma perspectiva diferente?


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