Daniel Machado

Daniel Lopes Machado, 46 anos, é empresário e consultor em sistemas de informação. Considera os versos da sexta estrofe do hino atleticano, escritos por um ex-jogador, imortalizado em uma espontânea demonstração de amor ao clube, a mais bela poesia de todos os tempos: "A tradição, vigor sem jaça... Nos legou o sangue forte... Rubro-negro é quem tem raça... E não teme a própria morte!" Foi colunista da Furacao.com entre 2008 e 2010.

 

 

Não existe mais juiz ladrão

09/04/2010


Hoje em dia, não existe mais juiz ladrão. Todas as histórias escabrosas que conhecemos, envolvendo partidas de futebol compradas, dirigentes e apitadores de pouca índole, aprendemos diante da mesa do boteco, ou durante a pescaria. Não são do meu tempo. As últimas de que tomei conhecimento datam dos idos de 70, época em que o campeonato paroquial era encomendado. As práticas usadas naquela década (em que um único clube levou 8 títulos) já não são mais segredo para ninguém.

Hoje em dia, não existe mais juiz ladrão. O futebol moderno é regulado por entidades e personagens competentes, como a Federação Paranaense de Futebol e o Sr. Hélio Cury, a Confederação Brasileira de Futebol e o Sr. Ricardo Teixeira, e o Clube dos 13, que são 20, e os Srs. candidatos Fábio Koff e Kleber Leite. Se o segundo vencer as eleições, marcadas para a próxima segunda-feira, dia 12, aí sim o futebol brasileiro decolará para o espaço.

Hoje em dia, não existe mais juiz ladrão. Alguns casos recentes, como o de um tal Edílson Pereira de Carvalho, caíram em esquecimento, tamanho o absurdo da acusação: o referido teria organizado sozinho, repito, sozinho, sem a ajuda de ninguém, a Máfia do Apito de 2005. Apesar disso, para que não restassem dúvidas a respeito da retidão das autoridades, foi banido do futebol. Aliás, mais uma prova da honestidade arraigada foi o merecido título conquistado pelo Corinthians Paulista, o clube que mais investiu (dinheiro limpo) naquele ano.

Hoje em dia, não existe mais juiz ladrão. Voltando às bandas de cá, por exemplo, o Atlético Paranaense simplesmente não consegue vencer o Coritiba sob a vigia de Héber Roberto Lopes por uma inequívoca coincidência, corroborada pela infinita superioridade do time supostamente verde em relação ao rubro-negro. Desde já, faço aqui meu apoio à este homem um tanto exibido, é verdade, porém digníssimo. Se o dito cujo obtiver a ventura de ser sorteado novamente, deixemos um dos melhores árbitros do Brasil trabalhar em paz.

Hoje em dia, não existe mais juiz ladrão. Só não vê quem não quer.


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