Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Sonhos

09/04/2010


O maior sonho da minha vida sempre foi o de jogar no Atlético e o principal, marcar um gol com a camisa rubro-negra na Baixada. Aí o leitor mais atento, que leu logo acima, pode se perguntar: “Ué, mas você já não fez isso?”. “Inclusive não foi do meio de campo?”. Realmente fiz, porém tem algumas informações que acabei omitindo, com medo de não ingressar no time de colunistas do site. O gol realmente foi do meio-campo, porém quando a Baixada estava abandonada, ou seja, sem público para apreciar minha obra de arte, sem goleiro para impedir o gol que nem Pelé fez e a bola entrou meio mascada, quase sem força para cruzar a linha, mesmo assim comemorei como se o estádio estivesse cheio, corri em direção à torcida, me imaginei um craque e, ainda considero o gol mais bonito que já fiz.

O fato é que meu sonho de correr para o abraço na Baixada, com o estádio cheio, jamais irá se realizar e isso me fez pensar, qual o sonho dos jogadores do atual elenco atleticano?

Para os mais jovens o grande objetivo, talvez, seja o de subir para o time profissional, fazer boas partidas, quem sabe ser chamado para as seleções de base e tendo sucesso fechar contrato com um clube estrangeiro, de preferência da Itália, Espanha ou Inglaterra.

Para outros, o sonho pode ser o de simplesmente firmar um bom contrato com o próprio Atlético, tendo um salário bem confortável que permita pensar na carreira depois de parar com a bola, já que ela é curta e quem não cuida das finanças acaba tendo um futuro difícil.

Os artilheiros, aparentemente, têm um objetivo claro, que é o de fazer gols, ser artilheiro do campeonato estadual, da Copa do Brasil e se der, do Campeonato Brasileiro, afinal é isso que ele é pago para fazer.

Temos, também, atletas que sonham encerrar a carreira no furacão, e por serem ídolos da torcida, ou simplesmente por gostarem da cidade, permaneçam morando em Curitiba e continuem acompanhando o Atlético e pode ser até que sigam trabalhando no clube depois de pendurarem as chuteiras.

Acredito, ainda, que todos sonham em conquistar títulos com a camisa rubro-negra, e vamos ser bem sinceros que a oportunidade para alcançar esse objetivo é bem possível, tanto na Copa do Brasil, como no Campeonato Paranaense, basta querer e lutar por esse sonho.

Talvez, o sentimento que possa motivar mais nossos atletas, além do dinheiro, que com certeza vem, juntamente com a conquista de títulos é o de estar realizando o grande sonho não só meu, mas de mais de um milhão de pessoas que não podem fazer isso, seja por falta de oportunidade, ou qualidade mesmo, mas que com certeza se sentirão parte dessa conquista, sem pisar no gramado, sem fazer o gol e sem poder correr para os braços da galera.


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