Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Estranheza

07/04/2010


O empate seria justo e até mesmo uma vitória do Paraná Clube não seria surpresa. Sim, é isso que ouvi/li de parte da imprensa tida como “especializada” após o jogo de domingo. Não, não é essa minha opinião.

Longe de ser brilhante ou ter detonado o adversário como nas rodadas anteriores, o Atlético fez o suficiente para ter mais de 60% de posse de bola e diferentemente do que preconizou a imprensa não sofreu uma pressão propriamente dita do tricolor que teve a bola por não mais que 15 dos mais de 90 minutos da partida. Com somente um jogador de referência à frente, com Alan Bahia em jornada negativa não desafogando o meio, com Paulo Baier bem marcado (e por vezes caçado), com a queda de rendimento de Raul na segunda etapa e o time vencendo um jogo duro, permanecendo mais que vivo na disputa pelo título, mais que natural um recuo de segurança.

Mas vi um destaque desmedido às duas únicas boas chances do Paraná na partida, ambas sequer chutadas ao gol, uma em cada etapa. O seguro e cada vez mais confiante goleiro Neto não fez sequer uma única defesa, apenas interceptou cruzamentos enquanto bom Juninho defendeu chutes de Chico, Raul, cobrança de falta de Paulo Baier, saiu nos pés de Bruno, defendeu chutes de Márcio Azevedo, um deles evitando o que seria um golaço de nosso camisa 6 após enfileirar vários adversários na segunda etapa, uma boa defesa em forte chute de Manoel após ele também ter feito grande jogada individual pela direita e ter torcido para que fortes cabeçadas de Rhodolfo e Pepe Toledo, dentro da pequena área fossem para fora, além de contar com a cobertura de um beque após levar um lençol do argentino que tinha como endereço certo as redes.

Ou seja, tivemos um volume de jogo substancialmente maior, refletido nas chances de gol perdidas, muito mais do que o time da 2ª divisão. Só não reporta isso quem não quer, não sabe ou é maldoso.

Diferentemente do que a Gazeta do Povo de terça escreveu, dando o “Troféu Prof. Pardal” para o treinador Leandro, acho que ele fez o óbvio: saiu um atacante, entrou outro não mudando assim a estrutura de jogo proposta. Infelizmente Serna não correspondeu e o time vencendo ele tentou recompor a meia cancha, liberando um cansado Paulo Baier mais para frente para que mais solto pudesse armar o contra ataque fulminante que liquidaria a partida. Ou seja, nenhuma invencionice de Leandro.

Não tapo o sol com a peneira e sou muito crítico em relação a limitação não só dos onze, mas do elenco atleticano e por isso mesmo deixo a Copa do Brasil meio de lado, o que vier é lucro já que, para ser bonzinho no comentário, não levamos “sorte” nesta competição. Mas também não somos uma aberração, um time todo errado e que não merecia ter ganho do fraco e violento Paraná Clube no último domingo.

Ou bem a imprensa acha que somos fortes e temos obrigação de golear todo mundo em casa e revê seus conceitos, ou bem entende as limitações do time e vê que 1 X 0 como o do disputado jogo de domingo vale muito. Não pode é ter um discurso de ocasião, uma opinião de engenheiro de obra pronta como diria o mestre Carneiro Neto e assim influenciar parte da torcida que os ouve/lê e acaba prejudicando a relação entre ela e elenco e por fim traz prejuízos ao desempenho dentro de campo.

Vejo com muita estranheza esse comportamento. Semana que vem falarei de outro comportamento estranho, do "sorteio" que deve coincidentemente contemplar Héber Roberto Lopes como árbitro do Atletiba. E o resultado disso estamos cansados de saber qual será.

ARREMATE

“Numa casa de caboclo/
Já disseram um é pouco/
Dois é bom, três é demais”.

Nem vem que não tem – WILSON SIMONAL


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