Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Certo e errado

30/03/2010


Fui contra a demissão de Antonio Lopes do Atlético e por dois motivos bastante claros. Primeiro por achar que temos sim um problema técnico no elenco, mas não de comando técnico. Lopes tinha lá seus defeitos como qualquer treinador e via no limitado elenco uma chance de vencer baseado na coesão defensiva e na opção do ataque no erro adversário ou na bola parada. Bem ou mal, certo ou errado dava resultados, nos ajudando a escapar da segundona ano passado e ainda que não fossemos brilhantes, sempre brigando pela ponta do estadual.

Em segundo lugar um pensamento que é até antagônico. Aprendi a admirar o trabalho de Leandro e já faz tempo, em especial após a ótima campanha do Jotamaluceli ano passado e pela maneira como suas equipes sempre se postaram em campo. Seria ele o nome ideal para um clube que tem por tradição uma vocação ofensiva? No meu entendimento ainda não, visto não termos lá um material humano que pudesse corresponder aos anseios do treinador, bem como termos o risco de assim “queimar” a oportunidade de um jovem estudioso e muito bem intencionado (além de ser da casa) como Leandro. Mas quem disse que entendo o suficiente?

O trabalho de Leandro, pelo menos até o momento cala essa minha dúvida. Ele mostra não só estar preparado como poderia estar ainda melhor caso a direção tivesse dado a ele o comando técnico da equipe em janeiro, quem sabe remanejando o bom e velho Delegado para a direção de futebol, tanto pelo conhecimento do riscado, sua experiência, pelo respeito que tem sobre os boleiros e também pelo livre trânsito e influência de Antonio Lopes nos bastidores do poder do futebol brasileiro. Além de que sua aprovação perante a torcida neste cargo tenderia a ser milhões de vezes superior ao atual detentor do departamento.

Leandro vai dando uma nova cara e principalmente desmistificando lendas que víamos no Furacão. Raul pode marcar, Manoel pode fazer a sobra, Valencia pode aparecer mais no ataque, Pepe Toledo pode buscar jogo, Netinho pode marcar e sim, podemos jogar bola ao invés de só buscarmos a bola parada. Só uma coisa Leandro não conseguiu mudar: fazer Paulo Baier jogar mais. Até porque isso parece impossível, tamanha a importância do maestro e sua facilidade em lidar com a “nega” dentro de campo.

Por fim, eu como sujeito metido a cozinheiro deveria saber que mesmo com singelos ingredientes pode-se fazer uma boa comida. Um banquete? Quase impossível! Mas uma boa comidinha, bem temperada, que agrade, é possível sim. Mas precisa ter o cozinheiro uma boa mão, sensibilidade e não ter medo de inovar, de ousar.

Leandro parece saber fazer isso muito bem e até agora tem êxito nos resultados obtidos. Faz aquilo que tem por convicção em ser o certo, acerta e mostra o quão os críticos como eu estavam errados. Que continue assim! Confio em seu trabalho e creio estarmos no caminho certo.

Tomara que este meu palpite esteja certo...

ARREMATE

“Por de trás de algo que se esconde
Há sempre uma grande mina de conhecimentos
e sentimentos”
. Etnia – NAÇÃO ZUMBI


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