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Jean Claude Lima
Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".
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O futebol nosso de cada dia
14/03/2010
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Crescer é o objetivo de todos os clubes no Brasil. Deve haver por certo alguns que nem pensem nisso, mas quem objetiva ganhar o mundo, conquista títulos, deve ter na sua lista de objetivos, crescer e em todos os aspectos que envolvem o futebol.
Nós crescemos e devemos perseguir continuar crescendo. Não pode ser admissível depois que conseguimos ter um Clube que possui uma estrutura administrativa invejável, funciona bem em todos os seus setores, possui relações internacionais consolidadas com vários países da América e da Europa, nos contentar com nada menos do que o sucesso.
Nossas políticas voltadas à grande massa de torcedores que não se associou ao Clube, quer seja por questões econômicas ou por qualquer outro motivo, ainda são tímidas ou quase inexistentes. Os grandes de São Paulo tem dado mostras de que sua governança está evoluindo e o Corinthians em especial, vem chamando minha atenção pelas ações do seu departamento de marketing. No Rio, o Flamengo mesmo com suas dívidas monstro, foi campeão brasileiro e possui programas de relacionamento voltados à sua grande massa de torcedores, como o “Cidadão Rubro-Negro” e o “Onde estiver estarei”. Na América Latina, o River Plate tem o seu “Sócios Virtuales”, que pretende tornar o clube, como sendo o que mais tem sócios no mundo.
Temos muito menos vagas dentro da Arena do que o nosso grande número de torcedores. Há tempos não temos novidades, nada que possa chamar atenção da nossa grande massa. Não falo das coisas que nos orgulham, como o fato do nosso CT ser o da Seleção Brasileira, mas de ações voltadas ao povo.
Que tal pensarmos como Los Hermanos? Que tal criarmos de uma vez por todas, o sistema que disponibiliza os ingressos dos sócios que não forem aos jogos, para os torcedores que desejem ir ao estádio?
Grandes marcas precisam ser permanentemente alimentadas. Elas precisam ter alma, receber injeções permanentes de adrenalina, para se manter vivas, na mente, no coração e no bolso das pessoas. Sabemos que o Paraná do Norte torce pelos paulistas e o do Sudoeste pelos Gaúchos. Mas vamos aceitar isso como verdade absoluta por toda nossa vida? Cito essa questão como exemplo, pois sempre escuto isso como sendo uma grande barreira sem tijolos, mas que nos impede de ir além dos Campos Gerais. Estamos confinados a uma Região Metropolitana com 3,5 milhão de pessoas, com dois rivais locais e mais os paulistas para nos azucrinar.
Penso que ainda não olhamos para todas as oportunidade que o futebol pode produzir. Em recente viagem à Irlanda, vi que o futebol é muito mais do que já pensava que fosse. Como o esporte em geral é capaz de mudar a vida das pessoas, de criar novos cidadãos, de dar vida para quem perdeu perspectivas! Vejo o Atlético assim. Como um Clube capaz de revolucionar o mercado da bola e a vida de muitas pessoas, se retomar a pegada, o desejo de mudar a si, e o seu em torno.
O preço do contrário é fazer o que sempre fizemos, pensar como sempre pensamos, olhar a terça do mesmo jeito que foi a segunda, e sequer sonhar com o sábado e o domingo. Enfim, fazer as coisas dentro de uma chatice sem brilho, quase para cumprir rituais corporativos.
Futebol é criatividade. É isso por hoje.
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