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Patricia Bahr
Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.
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O número na camisa era inusitado: 17. Mas o futebol, a intimidade com a bola nos pés eram velhos conhecidos da torcida atleticana. Adriano estava de volta. Os poucos minutos que ficou em campo contra o Galo nos deram mostras de que, quando estiver no melhor de sua forma física e técnica, será importantíssimo para o Furacão.
Mentor intelectual das principais conquistas do rubro-negro de 98 para cá, Gabiru é sem dúvida um importante reforço para o técnico Levir Culpi. Parece óbvio, mas no Campeonato Brasileiro de longa duração, o essencial não é ter um bom time e sim um bom elenco. O Atlético deve ter entendido a lição e possui hoje um grupo qualificado. Adriano veio para somar.
Quando a bola encontra seus pés, ganha o charme e talento que sempre encantaram ao torcedor. Jogador versátil, marca, toca, recebe, faz gols. Alia técnica e raça, combustíveis básicos para conquistar a torcida atleticana. Nunca neguei minha idolatria por Gabiru. A impressão que dá é que Adriano é a síntese de todo o processo que viveu o Atlético nos últimos tempos. Chegou no clube em 98, num corpo quase esquelético. Pequeno, franzino, mas com muito futebol. Passou por uma transformação. É um dos melhores meias do futebol brasileiro na atualidade. Cresceu e apareceu – assim como o clube.
Nem mesmo o episódio do fica-não-fica foi capaz de manchar sua bela passagem pelo Atlético. A torcida sabe reconhecer o seu talento, vontade e dedicação. Adriano nunca fez corpo mole, sempre encarnou a mística da camisa rubro-negra. E ele voltou prometendo mais. Com o futebol que todos nós sabemos que tem, pergunto: alguém duvida?
Diego
O assunto Diego merece um capítulo à parte. É difícil a tarefa de ídolo. Nunca se consegue agradar a todos. Mas, ao se avaliar o caso do goleiro atleticano, rapidamente se vai de um extremo ao outro: herói ou vilão; apaixonado ou marqueteiro. Diego é sim um bom goleiro. Falha, como qualquer outro. Mas sua trajetória no Atlético nos deu muito mais alegrias do que tristezas. Salvou muito mais a nossa pátria do que errou. Está mais para mocinho do que para vilão.
Tem uma torcida feminina entusiasmada. Conseguiu no Atlético o que Raí e Kaká fizeram no São Paulo e Diego no Santos: chamar a atenção das meninas. Só que não basta apenas a boa aparência para ser ídolo da mulherada, tem que ter algo mais. Ilan também é um rostinho bonito e está muito longe de ser idolatrado.
Diego não tem culpa por se envolver com o clube. Paixão é assim mesmo, às vezes pega de surpresa. Feliz do Atlético que tem pelo menos um jogador assim, apaixonado. Um jogador que respeita o time, o torcedor e que faz de tudo para ver o Atlético melhor. Estranha é a reação de algumas pessoas. Numa época em que a maioria das torcidas vai aos estádios exigir raça, amor e joga no gramado moedas para seus “mercenários”, alguns atleticanos condenam quem demonstra respeito pelas cores que veste. No mundo mercantilista de hoje, são poucos os que ainda têm coragem de dizer que também jogam por amor – o que, na nossa essência, é o que mais queremos, afinal, como diz o hino, a camisa rubro-negra só se veste por amor.
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