Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Simplicidade

03/03/2010


Nada demais. Assim tem sido nosso futebol, mas que nos fez vencer sem grandes dificuldades adversários como o Vilhena e o Rio Branco nas últimas rodadas. Menos mal!

Simples como os bons passes que Netinho tem dado, como os arremates seguros e certeiros de Bruno e como é a maneira simples de atuar do menino Neto no gol rubro-negro. O Atlético é um time médio, por vezes primário em alguns fundamentos mas que teimava em tentar fazer algo a mais, quando mal conseguia fazer o de menos. Ao que parece, Lopes colocou na cabeça da moçada que existe sim uma limitação, mas que ela pode ser superada com empenho e um pouco mais de atenção.

Atenção que deve ser redobrada de Valencia, um pouco afoito e nervoso demais ultimamente e que costuma falhar em clássicos. Atenção para Alan Bahia chegar mais junto ao invés de só cercar e especialmente a Rhodolfo e Manoel que terão que fazer o simples para parar o bom ataque coxa, mas que se aproveita da leveza de Marcos Aurélio, Rafinha e Enrico para cavar muitas faltas e forçar cartões para os adversários.

Simplicidade, talvez seja esse o segredo. Sem inventar nada demais, sem ter medo, sem receio de acertar e muito menos de atacar, até porque empatar ou perder este jogo para o Atlético dá na mesma. Nós não temos nada a perder, temos que simplesmente atacar e procurar a vitória, única verdade no futebol. Assim, simples.

Sem Tartá a opção deve ser ofensiva e não defensiva para o clássico. Confio na vitória mas desde que o Atlético jogue por ela.

EXTRA CAMPO

A polícia disse que não vai mais fazer reunião com as torcidas na semana que antecede os clássicos. Iniciativa válida se não fosse pelo simples fato da 1ª parte a não cumprir o que fica acordado nas reuniões ser justamente ela, a PM! No último jogo diante do Paraná na volta da Vila Capanema os mesmos problemas nas ruas próximas aos trilhos do trem, falta de efetivo logo na saída e demora em se fazer a escolta. Além do mais, mesmo que os dirigentes das organizadas falem e repitam por A + B que em tais tubos e terminais os encontros são freqüentes, cadê o policiamento na hora indicada?

Cadê o trabalho preventivo, visto que a maior parte dessas brigas são até mesmo marcadas pela internet em perfis de usuários nas comunidades de relacionamento? Cadê a prevenção ao invés de sempre se usar a coerção, a repressão que acaba por igualar os marginais com torcedores normais como a maioria de nós? Por que sempre uma truculência, falta de boa educação e respeito ao cidadão e a exigência de que tenhamos que nos comportar como membros da família real inglesa, de cabeça baixa e sem contestar as ordens dos homens fardados? Por que não se dar ao respeito antes de exigi-lo?

Não sairia muito mais barato para a administração municipal disponibilizar uma dúzia de ônibus na sede da torcida visitante, saindo duas horas antes do jogo e com os preços praticados no domingo facilitando tanto a ida como a volta com escolta policial motorizada, podendo os torcedores rivais deixarem seus carros próximos ao seu estádio e lá irem embora depois da partida? Pensar dói tanto assim?

Mais uma vez teremos a política do proíbe tudo. Já não bastasse a ausência da venda da cerveja, de artigos das torcidas, inibirão o torcedor de até mesmo beber sua cervejinha antes da partida no péssimo horário das 19h30. Aliás, se a questão de segurança é mesmo assim tão importante e relevante e há um certo “temor” pelo o que possa acontecer domingo, por que a PM não exigiu um horário mais decente para o clássico na Baixada?

Por fim creio que todo atleticano deva ir com o espírito guerreiro de gritar, cantar e incentivar o time a todo instante mas sem cair nas provocações pois há uma clara ameaça de cairmos nelas e termos problemas quanto a nosso estádio. Nós mesmos temos que policiar o comportamento de um ou outro atleticano mais exaltado e não cair em armadilhas, pois o típico comportamento provinciano e autofagista do curitibano é visto muito claramente na torcida rival: estou na M, mas se eles estiverem eu to feliz!

ARREMATE

“Se despede/
E já esquece o que ficou/
Mentiras fáceis, fatais, demais”
. Mentiras fáceis – ED MOTTA


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