Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Visões diferentes

25/02/2010


Quatro assuntos despertam muito o interesse: Atlético, música, gastronomia e sexo, não necessariamente nessa ordem. Conversar sobre esses temas faz com que o tempo passe rápido e torna o papo sempre interessante.

Porém, nos últimos anos, resenhar sobre o furacão tornou-se complicado. O rumo da prosa não muda e pior ela dura pouco, pois a constatação é óbvia de que desde 2006 o Atlético passou a ser mais fonte de negócios do que de futebol.

Mesmo assim, tem duas pessoas que tornam a conversa diferente. Duas mulheres mais do que especiais, São elas Mércia e Camila, respectivamente mãe e namorada deste trintão torcedor atleticano. O papo é atípico, pois flui por um viés diferente da conversa com os amigos. Ambas são atleticanas, raramente vão a Baixada, sabem das notícias do Atlético quando conversam comigo, ou pelo rádio, televisão, internet e jornal.

Ambas me consideram um torcedor extremamente chato, já que as duas ficaram sabendo que, ontem o Atlético ganhou de 4 x 0 e emendaram o comentário clássico de que o time jogou bem. Mércia e Camila estranharam ao saber que o time que vencemos é muito fraco e jamais deveria servir como parâmetro para os desafios que teremos na sequência.

Minha mãe não esconde a sua admiração por Netinho e mandou de bate e pronto que ele é o grande jogador do time e ainda fez dois gols. Ficou brava comigo por ouvir que, ontem jogou bem, mas é um bom atleta para ficar no banco como opção e que o titular da posição está se recuperando de contusão.

Camila já é mais contida, fica apenas no resultado, não gosta muito de entrar no mérito da análise individual, mas mesmo assim deve ter estranhando meu comentário que de Patrick, autor de um dos gols da noite, ainda não está pronto para ser o atacante titular da equipe rubro-negra e que o esforçado Gerônimo, que não visão dela não para de correr, fica apenas nisso, na corrida, tendo grave deficiência técnica.

Elas parecem ficar intrigadas quando digo que Wallyson tem que fazer um forte treinamento de conclusão a gol, pois viram ele no jogo anterior na Baixada acertar um bago na trave.

Já me acostumei a ser chamado por elas de ranzinza, de que eu exijo demais e ignorei o pedido das duas para que desmontasse o altar, em meu quarto, em homenagem a Paulo Baier. Apenas disse que quando elas o virem em campo entenderão porque estão lá aquele pôster, aquelas velas e os oito terços, junto com a camisa 10, que nele fica muito bem.


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