Sérgio Tavares Filho

Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa família 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.

 

 

Saudades

25/06/2004


Ando meio nostálgico. Dias atrás revirei umas fitas cassetes e achei uma brilhante narração do inesquecível Lombardi Júnior. Mesmo sabendo de sua predileção pelo Coritiba, não havia como não se emocionar com a sua magnífica voz e com o grito de gol do nosso Atlético. "Disparou: A-TLÉ-TI-COOOOO"...

Agora em 2004 já são 10 anos sem ele. Sem Lombardi e sem rádio paranaense. A nossa latinha perdeu o rumo. A cada temporada os profissionais migram de prefixo em troca de poucas moedas. Que pena.

Ando meio nostálgico. Há um ano a Terra perdia uma atleticana e o céu ganhava mais uma rubro-negra. Minha tia Gigi vibrava a cada partida do Atlético e sabia dosar inteligência com fanatismo. Até os meus 20 anos ainda duvidava de sua paixão pelo clube, achava que era apenas mais um agrado para mim. Quanta ignorância a minha. Tia Gigi era tão rubro-negra quanto eu ou você, internauta.

O que falar de minha avó, Hilda Fantinato Tavares? "- Vamos ver os 'golos' do Fantástico, vó?" - "Vamos sim! Hoje vai estar bonito. Não é sempre que somos campeões com gol contra e no dia que meu neto faz 11 anos".

Por que só damos o devido valor aos nossos amigos quando eles se vão? Aprendi com o Padre Joaquim, brutalmente assassinado há dois anos, que devemos coroar as pessoas com vida, quando elas estão bem perto de nós. E é isso que falta para cada um de nós, atleticanos.

Estamos vivendo numa arena. Não o Estádio Joaquim Américo, mas uma arena onde todos se digladiam. A imprensa, os dirigentes, os jogadores, a torcida. Falta união. Falta respeito. Críticas podem e devem existir, mas não as críticas estúpidas, que ofendem.

"É fácil criticarmos aqueles cujas responsabilidades não temos." Foi isso que eu li, ontem, na Folhinha do Sagrado Coração de Jesus que está na minha cozinha. Jacques Lecrercq é o autor da frase. Não o conheço e também não vou procurar no Google para ludibriar o internauta. Mas Lecrercq poderia ser um espectador que acompanha a empreitada de Fleury e Petraglia, Diego e Ilan ou até mesmo do Julião, da Fanáticos.

Temos que viver mais e ser mais felizes. Arriscar um pouco também faz bem à saúde. Como diria o coordenador de afiliadas da Rede Globo, Marco Antônio Bodão, "a felicidade está na viagem, não no destino". E o caminho, unidos, conseguiremos trilhar.


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