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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Não é que o perseguido Netinho seja tão ruim quanto alguns insistem em tachar. Jogadores como Rhodolfo, Chico, Alan Bahia e até mesmo o sonolento, indolente, mandrião e preguiçoso Wallyson têm sim seu valor. Cada um deles já jogou eventualmente bem, alguns, como Chico, são muito esforçados e já atuaram em mais de uma posição e outros, como Alan Bahia e Netinho, a gente confere sua importância quando percebe que seus substitutos são ainda piores.
Outros jovens como Fransergio, Bruno Costa, Alex Sandro e Marcelo ainda têm muito a aprender, tiveram alguns bons momentos, mas precisam ainda amadurecer. São todos eles jogadores da famosa classe “compor o grupo”, aqueles atletas que não são titulares mas jogam com alguma frequência e dão conta do recado.
Todo time tem atletas dessa categoria. Talvez a torcida não se lembre, mas o volante Clóvis entrava no lugar de Renato ou Sandoval naquele bom time de 99, embrião e célula base do que se tornou o Furacão de 2001. O próprio Kleberson, surgido nessa mesma época jogou de ala direito, segundo volante, meia armador e foi indo, indo até assegurar uma posição que o consagrou como camisa 10 do time mais vencedor da história do Atlético e de lá saiu para ser pentacampeão do mundo em 2002.
Naquele time por sinal tínhamos um reserva que sempre resolvia: Adauto. Aliás, o negrão foi o reserva mais titular que vi e assim como o limitado zagueiro Igor (com Igor em campo não tem placar em branco) entravam eventualmente e davam conta do recado! Em 2001 tivemos ainda o meia ofensivo Geraldo e depois ainda contamos com Pingo e Raulen, reservas de luxo do timaço de 2004, atletas que nunca deixavam a peteca cair. Todos jogadores que compunham o grupo.
O que o Atlético tem tentado é formar um time de jogadores do nível “compor o grupo”. Aí meu velho, não dá samba mesmo! Netinho pode eventualmente ser o substituto do maestro Paulo Baier, até mesmo de Márcio Azevedo na ala, mas ele ter que fazer jogadas com um menino sem predicados para atuar num clube do nosso porte como o avante Patrick, ele ter que virar uma bola para ver se Raul acorda e do alto de seus 20 anos consegue alcançar ou mesmo ter que voltar o jogo para ver se o menino Renan pega uma espingarda para tentar “matar” uma mísera bola ou recomeçar o jogo para ver o mascarado “Cristiano Rhodolfo” dar um bico pra frente não dá!
Reclamo do sono eterno e da pouca vontade de Wallyson, mas em diversos lances ele não vê ninguém por perto para passar a pelota! É fácil só falar da lerdeza de Alan Bahia, realmente fora de forma e sem ritmo de jogo, mas em alguns lances ele simplesmente não tinha para quem passar.
Jogadores como os citados podem ser úteis, mas num time com um mínimo de qualidade. Especula-se que traremos um avante de verdade, que pode até mesmo ser Bruno Mineiro que demonstrou mais intimidade com a “menina” que seus antecessores, mas se a bola não chegar em condições não faremos gols! Mais uma vez mantivemos a base, quando do time titular do ano passado teríamos que ter ficado com Manoel, talvez Nei (que se foi), Paulo Baier, Wesley e Marcinho que se foram. Ou seja, mantivemos aqueles que deveriam ter ido embora, ou no máximo deveriam ser meras opções e nos desfizemos daqueles que deveriam ter ficado! Não há a menor lógica no “planejamento” do futebol atleticano!
Essa coisa de pegar um monte de renegados, juntar tudo e dar samba é coisa de cinema e no mundo real não dá certo.
Mais uma vez a direção teima em não ver o óbvio e teremos que recomeçar o trabalho e desta vez espero que com um mínimo de planejamento com um atraso de um mês pelo simples fato de não reconhecermos os erros do passado. Acontecer o que aconteceu nestas duas rodadas é uma tragédia tão anunciada quanto as enchentes em São Paulo. Ou se muda a realidade, ou paga-se o preço.
ARREMATE
“O homem é mortal por seus temores e imortal por seus desejos.” . PITÁGORAS
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