Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Pout-pourri

21/01/2010


Me cansa escrever as mesmas coisas desde que o Atlético, clube que até onde eu saiba é de futebol, resolveu priorizar negócios e negociatas em detrimento daquilo que lhe é mais sagrado e primordial: o futebol.

Cansado, enojado e não vendo somente problema no hoje, mas a total falta de perspectiva no amanhã, busco aqui observações feitas desde que o Atlético deixou de se importar com seu torcedor, com o sentimento de uma nação apaixonada e que verdadeiramente NUNCA ABANDONA e que paga o mais caro plano de sócio do Brasil, se comparado ao produto oferecido.

“Chega a impressionar como um time profissional mais erra do que acerta passes, fundamento básico e primordial de qualquer esporte coletivo com bola. Não consigo, e me esforço apesar de ser meio burrinho, entender como um clube tão moderno nisso, vanguarda naquilo, estruturado, com dinheiro em caixa como vimos em matéria ainda essa semana consegue fazer um campeonato tão abaixo da crítica.” em 25/07/2008

“Nos vendem uma imagem de sofisticação, de luxo, de “primeiro mundo”, mas o conteúdo é ínfimo, pobre podre. Parcerias com times estrangeiros, parcerias nacionais que não nos rendem bons jogadores, patrocínios mil, economia tanto na venda de jogadores como de salários destes sem que a reposição à altura seja providenciada. É muito foie gras quando falta feijão com arroz na mesa, quando falta o que de mais simples nós torcedores do Clube Atlético Paranaense queremos: um time de futebol que se não for capaz de conquistar títulos, ao menos não humilhe tanto seu torcedor como as medíocres formações dos últimos 3 anos que tanto tem nos feito sofrer. em 12/03/2008

“A situação do Atlético é complicada. A base é derrotada, tem o amargo gosto do fracasso ainda preso na boca, como aquele Campari com Run Montilla bebido ao extremo na noite de reveillon. Mais de 60% dos jogadores responsáveis pelas precoces eliminações ante Adap e Volta Redonda, terminaram o ano jogando. Perderam, perderam, subtraíram do orgulho atleticano a mística que nos fazia quase imbatíveis em casa e ainda terminaram o ano titulares.” em 08/01/2007

“As conquistas na vida são proporcionais às nossas aspirações, e quem manda no Atlético atualmente nos prometeu o céu, nos fez chegar às portas do paraíso com conquistas antes sequer imaginadas e nos devolveu o orgulho de ser atleticano, não há como contestar. Não adianta, de cabeça quente e fulo da vida com os resultados patéticos dentro de campo, ficar falando do patrimônio, se adoramos bater no peito e falar grosso com outros torcedores exaltando nosso CT e a maravilhosa Arena. Mas queremos saber é de futebol!” em 11/04/2006

“Para mudar essa série de coisas o Furacão precisa encarar de frente o problema e tomar um choque de gestão no seu departamento de futebol.....
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O Atlético, se quiser ter um 2010 diferente do fracasso que está sendo 2009, cuja única alegria foram não mais que meia dúzia de partidas e a recuperação do título em um ano tão festivo para o rival, precisa mudar radicalmente a maneira como vê e desempenha as atividades do departamento de futebol profissional. Mais cobrança, mais qualidade e principalmente, um planejamento desde agora podem ser maneiras de modificar esse cenário de coisas, de um clube que foi perdendo a ambição, de um time cujos jogadores são entrevistas após mais uma fracasso dizendo que precisam fazer quatro ou cinco pontos dos próximos quinze em disputa, como se isso fosse um grande objetivo.”
em 03/11/2009

“Para um time que vem obtendo os resultados que o Atlético tem obtido, é difícil entender porque a insistência em se “manter a base”, já que nitidamente a base de 2006 serviu para planificar o fraco time de 2007, que foi base para o de 2008, que vendeu Ferreira e Clayton sem trazer ninguém, que serviu de base para 2009, onde capengamos e que serviu de base para o time de 2010, onde perdemos Marcinho e mais uma vez vamos de apostas, de contratações quando deveriam vir reforços....
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Campanhas como as que temos feito servem para deixarmos não mais que quatro titulares, dar mais uma chance (e cobrar com mais veemência) de uns dois ou três, e contratar de três a quatro jogadores em condições de serem titulares e não “manter a tal base” como temos reiteradamente repetindo.”
em 18/01/2010, última segunda-feira pós empate diante do Toledo.

Não precisa ser mago, adivinho, especialista para perceber que nos embrenhamos num caminho rumo à mediocridade no futebol que chega a espantar! O Atlético se quer ser levado a sério como clube de futebol precisa primeiro de tudo se levar mais a sério naquilo que é mais sério para seu torcedor: o futebol.

A incompetência, aliada à falta de coragem da direção e em especial do diretor de futebol com suas apostas em Zulu, Tiuí, Brasão e outros menos cotados está nos custando muito mais que resultados. Nos custa o orgulho ferido, a dúvida no futuro, a perda de sócios, a falta de um patrocinador forte que pudesse nos dar lastro para vôos mais altos. Essa visão tacanha, burra e retrógrada , a mesma dos últimos anos, está devolvendo o Atlético para aquele limbo em que viveu durante décadas.

ARREMATE

“De que serve esta onda que quebra
E o vento da tarde
De que serve a tarde
Inútil paisagem”
. Inútil paisagem – TOM JOBIM, na voz de Elis Regina


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