Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

A volta do Gabiru

15/06/2004


Ele está mais uma vez de volta! Com pinceladas de drama, com um certo constrangimento e uma certa rebeldia, Adriano está mais uma vez ficando pronto para re estrear com a camisa do Furacão. Mesmo um pouco chateado pelo que a imprensa relatava Gabiru ter dito, confio em seu potencial.

Tive o prazer de fazer duas matérias sobre ele. Sei de sua luta, desde o início, nos campos esburacados da periferia de Maceió, da maneira como foi descoberto e logo brilhando com a camisa do CSA, de sua ascensão até chegar ao Atlético, menino ainda, franzino e que logo foi conquistando seu espaço.

Adriano foi, ao lado do goleiro Flávio, o jogador que mais venceu com a camisa atleticana. Paranaense de 1998, 2000, 2001 e 2002, Copa Paraná e Seletiva da Libertadores em 1999 e, é lógico, o Campeonato Brasileiro de 2001. O Pantera estava presente no Brasileiro da Séria B em 1995, mas era reserva de Ricardo Pinto. Um título a mais porém.

Não consigo esquecer um dos dias mais tristes da recente história atleticana. Baixada mega lotada, Atlético com a melhor campanha na Libertadores, placar favorável e uma bobeada deu ao Galo mineiro a chance de ir para as penalidades. Justo ele, Adriano, melhor em campo numa partida disputada e que nos faltou experiência e malícia para termos uma melhor sorte, errou o pênalti que acabou nos eliminando da competição mais importante já disputada pelo Atlético. Chorou. Como chorou o pequeno, mas gigante Adriano. E a torcida, que sabe dar valor a quem se faz dar valor, aplaudiu Adriano assim mesmo.

Pequenos gestos que fortaleceram os laços entre torcedores e Adriano. Garoto humilde que chegou à Seleção Brasileira. Raçudo, é um dos que “eles” tem medo em dias de Atletiba. Pequeno, já marcou gols alguns de cabeça, inclusive sobre “eles”, e em partidas decisivas. Gabiru, que teve no Atlético seu lar, sua fortaleza quando voltou desacreditado e de cabeça baixa após a frustrante passagem pelo futebol francês.

Não vou me “apequinar” e lhe virar as costas agora que está de volta. Fiquei chateado, principalmente quando eclodiam pelos quatro cantos, boatos de que Adriano jogaria no time verde. Sua teimosia em querer sair me pareceu traição. Espero ter estado completamente enganado e me deixado levar pelas notícias que buscam constantemente conturbar o clima no Atlético.

Adriano está de volta e com ele, assim como foi com Sicupira, a mística da camisa nº 8. Seja bem vindo Gabiru, com certeza você voltará a nos dar muitas alegrias.


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