Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Perspectiva

16/12/2009


Quando o severo crítico gastronômico Anton Ego manda Linguini pedir uma nova perspectiva ao invés de algum dos pratos constantes no menu do Gusteau´s ele não falava especificamente de algo e sim de uma idéia. Ego não queria um simples prato, queria saber que idéias, que ideologia permeava os pensamentos do chef, o então incógnito rato Remy, protagonista da animação Ratatouille, da Pixar de 2007.

O Atlético precisa mostrar também, além de futebol, uma nova perspectiva para o ano que se aproxima.

Não dá mais para ser figurante e nem sequer ver a letargia dos últimos três anos na execução do futebol de um clube que se estruturou, se modernizou e se meteu entre os grandes do Brasil, mas acabou não só dando uma parada no crescimento como dentro de campo decresceu nas últimas temporadas.

O Presidente Malucelli é um homem muito correto, humilde e simples. Aproximou-se da torcida, mostrou mais vontade de acertar nas contratações, mas precisa parar um pouco de se lamentar dos problemas inerentes a qualquer time de futebol no Brasil e buscar soluções. Por outro lado, queixando-se e lamentando-se a todo momento, passa uma impressão de penúria, ou afastando potenciais investidores ou mesmo subtraindo um poder de barganha maior em negociações com empresas interessadas em se unir a marca Atlético.

A chance de sermos o único clube paranaense na elite não pode ser desperdiçada! A chance de nos tornarmos hegemônicos no Estado está na nossa frente, não pode ser jogada no lixo. A chance de angariarmos a simpatia dos paranaenses por um time forte, com um estádio maravilhoso, com um centro de treinamentos que receberá a Seleção Brasileira num ano de Copa do Mundo não pode passar em branco.

Nossa direção não pode pecar por falta, por ausência, por timidez. Concordo que loucuras não levam a nada, e a situação dos coxas protegidos e acobertados por uma imprensa que só os elogiava mostra isso. Mas contratar reforços com critérios, começar o ano com pessoas gabaritadas como Lopes e especialmente o sensacional professor Riva nos dão um alento.

Mas reforços precisam ser contratados. O Atlético tem que mudar a perspectiva que vê o futebol, que deve ser sempre tratado como prioridade na vida do clube. Tanto o Presidente Marcos Malucelli como a direção do futebol devem eivar todos os esforços para que tenhamos tanta força dentro como fora de campo. Mostramos como se salva um time à beira da degola, mostramos ser fiéis e comprometidos com nossa paixão ao nos associarmos em massa quando o preço se tornou justo, mesmo não tendo sido correspondidos dentro das quatro linhas.

Pés no chão, mas com ambição. Não podemos nos contentar ou comemorar que nosso ex-dirigente tinha “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel como livro de cabeceira e que agora parece que nossa direção lê “O Pequeno Príncipe” de Saint-Exupèry. Questão de perspectiva.

ARREMATE

“E mesmo assim ainda eu não vou dizer que já te esqueci/
Se alguém vier me perguntar/
Nem mesmo sei que vou falar”
- Quando . ROBERTO CARLOS

PS. publiquei este texto às 09h22 de quarta dia 16/12. Só vi depois que nos desfizemos de parte e ainda lucramos com o Xerife de Pelotas permanecendo no Palmeiras. É muita alegria. Obrigado Palmeiras e Danilo se eternize longe da Baixada!


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