Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Preocupação alheia

15/12/2009


É da natureza do ser humano, não adianta. Muitos preferem se preocupar mais com os outros do que com si mesmo. A pessoa fala do cabelo do outro a sua frente, mas não observa o zíper aberto da sua calça.

É muito mais inteligente se voltar para os seus próprios problemas, definir planos ou dar sugestões para resolvê-los, ao invés de estourar foguetes para as dificuldades dos outros.

Digo isso, pois vejo que uma grande parcela da torcida atleticana tem se preocupado demais com os outros times da capital e em alguns momentos esquecemos-nos do clube que realmente nos move.

Estamos incorrendo em um erro que os próprios torcedores adversários cometem que é o de torcer em primeiro lugar para o Atlético perder e somente depois se lembrar do seu time.

Enquanto eles faziam isso, nós nos preocupávamos em curtir o furacão. Conferimos ele ser campeão da seletiva para a Libertadores da América em 1999, comemoramos o título brasileiro em 2001, o quase bi campeonato brasileiro em 2004 e o vice da Copa Libertadores da América de 2005.

Nos últimos dez anos enquanto nos preocupamos somente em torcer pelo Atlético e esquecemos o resto, valorizamos as nossas vitórias e lamentamos as derrotas, mas acabava aí.

É claro que os últimos anos não foram dos melhores no campo, porém isso não é motivo para mudarmos o foco e afogarmos as magoas das péssimas campanhas, comemorando somente a desgraça dos outros.

Quando optamos por esse caminho abrimos mão de cobrar times melhores, que busquem títulos e isso somente nos enfraquece.

Enquanto nos preocupamos com a agonia dos adversários, deixamos pra trás as nossas dificuldades que deveriam ser prioridade.

A preocupação com os rivais se mostra tola, já que com ou sem torcida contrária o desfecho da história deles já é conhecido e amargo, pois apenas se preocuparam conosco e durante 10 anos esqueceram de se preocupar com os seus problemas, e o resultado está aí. E aí faremos o mesmo?


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