Daniel Machado

Daniel Lopes Machado, 46 anos, é empresário e consultor em sistemas de informação. Considera os versos da sexta estrofe do hino atleticano, escritos por um ex-jogador, imortalizado em uma espontânea demonstração de amor ao clube, a mais bela poesia de todos os tempos: "A tradição, vigor sem jaça... Nos legou o sangue forte... Rubro-negro é quem tem raça... E não teme a própria morte!" Foi colunista da Furacao.com entre 2008 e 2010.

 

 

Realista e otimista

27/11/2009


Às vezes, sou realista. Vejo as trevas por onde anda o futebol paranaense, por exemplo. Anda, quase para, enquanto o mundo corre.

Um dos três da capital, o Paraná Clube, parece que tomou gosto pela segundona. Foi mero coadjuvante, quase figurante. Poucas perspectivas e muitos salários atrasados.

Os outros dois, Atlético e Coritiba, digladiam-se, ponto a ponto, para ver quem é o menos pior. Ganha um trofeu da RPC o de melhor campanha. Trágico.

Afinal, quem é pior? Atlético ou Coritiba? São Caetano ou Bangu? Aliás, só pra jogar titica no ventilador: será que Atlético e Coritiba teriam se tornado campeões brasileiros se as partidas finais não fossem contra o poderoso São Caetano e o temível Bangu, respectivamente? Será que não sucumbiriam, diante da força do apito?

Deixa pra lá. Já que devo me contentar por ficar na frente do rival, ou com o ordinário título de campeão paroquial, de vez em quando quase chuto o balde, jogo a toalha.

Mas nunca chuto, nunca jogo. Só ameaço, feito um cão que ladra. Daí, às vezes, fico otimista.

A este time bem meia-boca, que por acaso veste o manto rubro-negro, tenho vontade de dizer: 'se só tem tu, vai tu mesmo! Se não dá pra fazer melhor, pois te falta competência, pelo menos que não te abaixes a cabeça!'

Estou com o Oswald de Souza. Dos quatro que tentam escapar da zona, temos as melhores chances, graças à combinação de confrontos. Se somos ruins, quero acreditar que eles são horríveis. Neste domingo, temos um jogo de seis mil pontos, em casa, e precisamos vencer a todo custo.

Por mais conscientes de nossas limitações, é pouco atleticano quem já perdeu as esperanças, ou quem acha que um possível rebaixamento seria merecido.

A vida é uma sequência inevitável de idas e vindas, vitórias e derrotas. Há tempos de glória e de fracasso. O segredo é não se acostumar com as vacas magras. Os abutres do catastrofismo que me desculpem, mas o Clube Atlético Paranaense não é como vocês, predestinados ao insucesso, um desses que desistem de seus desafios.

Pessimista, nunca. Nós, atleticanos, viemos sempre para vencer. E, desta vez, não será diferente.


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