Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Vale tudo!

25/11/2009


Pronto, já não temos mais o gosto amargo na boca. O gosto amargo que ficou, de sábado a noite até segunda de manhã. O gosto do “se”, o gosto do “quase”. O gosto do empate, com puro sabor de derrota.

Agora já foi, agora já passou. Em breve voltará o momento em que teremos outra obrigação: a de exigir que essa torcida, essa torcida fantástica e guerreira, tenha ao menos um time competitivo dentro de campo. Há alguns bons anos temos nos dedicado e nos doado demais, e não temos a decência de uma boa equipe dentro das quatro linhas. Chegará novamente o momento de cobrar, mas este momento, definitivamente, não é agora.

Agora vale tudo para ajudar o Atlético a sair dessa situação.

De nada adiantará o lamento, a crítica, a reclamação. De nada adiantará a vaia, o xingamento, a raiva. Podem sim desabafar corações apertados, mas não irão assegurar ao Atlético o espaço na elite do próximo ano.

Este é o momento do “vale tudo”. Mas agora só temos espaço para quem quiser realmente ajudar, apoiar, enviar energias e vibrações boas. Aos demais, não há lugar nesta viagem. Há espaço sim, apenas aos atleticanos de verdade, aos atleticanos de honra, aos atleticanos de corpo e alma, aos atleticanos de raça!

Vale tudo!

Vale a insônia, principalmente a insônia de sábado pra domingo.

Vale perder o apetite no almoço em família de domingo.

Vale rasgar a tabela de classificação e ter em mente que só 3 pontos interessam ao Atlético. O resto... é resto.

Vale o silêncio da ansiedade até o final de semana, preservando a garganta para usá-la, e muito, no próximo domingo, na Baixada mais linda do mundo.

Vale também pintar o rosto? Vale. Vale sim.

Vale pintar o rosto, usar vermelho e preto da cabeça aos pés, durante todo o domingo.

Vale olhar no espelho, ao acordar domingo, e gritar: eu acredito!

Vale acender vela, vale rezar, vale fechar os olhos e concentrar toda a energia positiva.

Vale também aquela beliscada de gastrite, aquele nó na garganta, aquele aperto no peito. Vale sim! Quem disse que não vale? Isso é coisa de atleticano, é coisa de apaixonado, é coisa de quem ama!

Vale gritar, vale cantar, vale berrar, vale pular, vale sambar, vale ajudar.

Vale gol de cabeça, de peito, de bunda, de bico, de direita, de esquerda.

E na hora do gol.... vale vibrar, vale explodir, vale abraçar. Vale, e como vale, comemorar!

Vale sim respirar aliviado, atravessar a rua da Baixada, olhar para trás e ter a certeza: o Atlético está na primeira divisão, e eu fiz a minha parte.

Amigo atleticano, agora vale tudo! Vale, acima de tudo e qualquer coisa, demonstrar a nossa prova de amor, a nossa fidelidade, a nossa união. Mais do que nunca, o Atlético precisa de todos nós!

Vamos, Furacão!


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