Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Ousadia

23/11/2009


A Fortuna (sorte, ou qualquer outra qualidade que fuja do domínio humano) é uma deusa caprichosa e sorri somente para os destemidos. Alguns dos pensamentos do “Velho Nick” devem ser relidos de tempos em tempos pelo Príncipe, pelo chefe enfim, por aquele que governa, lidera e administra um grupo. Pena que pejorativamente dizer que algo ou alguém é maquiavélico é como se fosse algo ruim, quando não necessariamente o é. Esse time do Atlético, é muito bonzinho.

É um time sem ousadia, logo a Fortuna não lhe sorri. Além do Cruzeiro, Coritiba, Palmeiras, São Paulo e Internacional nos tiraram pontos fazendo gols nos minutos finais ou já no acréscimo, quando temos uma equipe incapaz de virar uma partida devido a fragilidade tanto técnica como psicológica. Não temos a ousadia necessária para um drible, para um arremate surpreendente, para uma jogada mais incisiva. Não temos ousadia desde a direção, repetindo os mesmos erros de seus antecessores, nem a ousadia em averiguar que nosso problema desde o começo foi no ataque, hoje o pior do campeonato e queria que a solução viesse com Eduardo, Zulu, Brasão ou Tiuí.

Precisa urgentemente o Atlético se levar um pouco mais a sério, levar o jogo até seu final a sério, não desistir nunca e buscar sempre. Precisa o time ousar mais, em casa se impor, porque se temos a boa marca de 10 jogos invictos em casa, empatamos a metade deles, o que é péssimo! Aliás, ouvi um bom comentário (fato raro) no Mesa Redonda de ontem a noite, que nada adianta Lopes colocar mais atacantes se eles não são efetivos; ele tem que colocar é o time no ataque!

Mais uma vez caberá ao torcedor atleticano fazer sua parte, já que novamente nem direção nem atletas fizeram a deles e empurrar esse time para dentro do Botafogo e fazer exatamente aquilo que qualquer time que necessita do resultado tem feito: uma blitz sobre o adversário até sair o gol, como o próprio Botafogo diante do São Paulo, como o Fluminense fez ontem diante do Sport e semana passada contra nós e o Santos sobre o rebaixável coxa. Insistência, força, batendo e martelando até conseguir e depois ousadia, nada de ficar se defendendo ou colocando volantes para segurar o resultado, pois sequer isso fazemos com competência.

Domingo não tem conversa, é ousadia, é garra, é raça, mas o time também tem que apresentar credenciais mínimas de qualidade para sair com a vitória, até porque não faltou vontade diante do bom Cruzeiro sábado. Ninguém vai aprender a jogar faltando duas rodadas, mas indo para cima, sendo incisivo, mostrando aquela vontade de vencer em casa diante de um adversário direto na luta (mais uma vez) contra o rebaixamento, farão deste time mais um daqueles que escapou, mesmo com dificuldades do inferno que é a segundona.

Caberia única e exclusivamente ao Atlético fugir dessa situação, mas outra vez somos nós torcedores que teremos que assumir essa bronca. De outra forma, a Fortuna não irá nos sorrir.

ARREMATE

“Eu não quero que falem, eu não quero que digam/
Mentiras”
- Mentiras , TITÃS


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