Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Vida que segue

18/11/2009


Vai o Atlético levando sua vidinha com mais uma derrota fora de casa. Aliás, se pegarmos uma entrevista pós derrota de João Leonardo em 2006, Erandir em 2007, do “craque incompreendido” Rafael Moura ano passado e de nossos investimentos em chuteiras em 2009 veremos que é mais ou menos a mesma coisa. “Temos que levantar a cabeça, nada está perdido, contamos com o apoio do nosso torcedor, sabemos que a fase não é boa, tivemos um vacilo, jogamos melhor mas perdemos...” e outras baboseiras que envergonham a torcida atleticana e chegam a encher a paciência, visto estarmos nesse estado de letargia há quatro longos e duros anos.

Nas duas difíceis partidas em casa o Atlético necessita vencer ambas. Não é admissível que nesta altura dos acontecimentos o time se dê ao luxo de logo após uma vitória, entrar em campo se arrastando ou com medo do adversário como fez diante do Fluminense, um time que é somente e nada mais que empolgação e se mostra cansado devido aos jogos decisivos e em sequencia. O frágil elenco rubro-negro precisa primeiro de tudo se levar mais a sério e saber que não dá pra fazer graça ou tentar se fazer o que não sabe. Esse time numa eterna corrida de recuperação até não faz feio, mais que isso é exigir demais.

Exigência que a torcida,os sócios e em especial o Conselho devem colocar em prática em reunião a ser convocada ainda este ano. Com algumas boas mudanças pontuais, mas com erros em série na execução do futebol atleticano, segue o Furacão num marasmo de dar dó. Toda a imponência da estrutura física, a modernidade impregnada em cada canto da administração atleticana não encontram eco naquilo de mais importante que um clube eminentemente de futebol como o Atlético tem, que é seu futebol.

Chega de apostas, tanto dentro de campo como no comando técnico. Chega de Jorges Preás vindos de graça e outras loucuras como jogadores que mal jogam como Eduardo ou Zulu. Se verdadeiramente o Presidente Maluceli não sabia que o buraco, especificamente o financeiro, ainda que estivesse há anos dentro do clube era mais embaixo, com um ano de gestão e um título estadual na bagagem já pode ser cobrado sobre sua principal promessa de campanha: investir em chuteiras.

Se o clube fica com o mediano e limitadíssimo Rafael Miranda cujo vínculo com o Galo Mineiro se encerra em breve e ficará com o passe livre ao passo que não faça todos os esforços para ficar com a grata revelação Wesley saberemos quais as verdadeiras ambições dos atuais comandantes do clube. Investimento assim requer esforço e sacrifício, mas quem disse que seria fácil comandar um clube do tamanho do Atlético Paranaense? O desafio está lançado.

Antes de tudo, urge (mais uma vez) a torcida fazer sua parte (mais uma vez) e ajudar a empurrar o limitado (mais uma vez) time em campo na luta (mais uma vez) contra o rebaixamento. Só falta (mais uma vez) cair no nosso colo uma Sul Americana (mais uma vez) e ano que vem a desprezarmos (mais uma vez) porque o time pode estar se arrastando no Brasileiro (mais uma vez).

Vida que segue!

VIDA QUE SEGUE II

Me refresquem a memória, mas não lembro de termos matéria da imprensa local sobre um suposto G4 do returno em 2008, quando obtivemos 25 pontos com as sete vitórias e quatro empates, sendo que nas últimas e derradeiras oito partidas obtivemos cinco vitórias, dois empates e somente uma derrota.

Pau que bate Chico também bate em Francisco e achei mais uma vez curiosa a mídia “espontânea” para o belo mas já repetido milhares de vezes, inclusive por nós na Baixada show de fogos e luzes na entrada do time em campo, isso em 2006. A campanha sensacional do Fluminense muito me lembra a nossa ano passado, mas nem por isso nos deram tanta trela assim. Veremos no final, quando espero toda a luta do eternamente ajudado pelas arbitragens e pelos bastidores e queridinho da imprensa carioca tenha feito tudo isso em vão, indo para a segundona da qual foi livrado na caneta em 2000.

VIDA QUE SEGUE III

Não teria como agradecer o gesto de solidariedade e os abraços que senti de todos quando do passamento da minha mãe, D. Rosa exatamente uma semana atrás. Sem tempo, nem cabeça não conseguiria responder a todos que me escreveram e me confortaram num momento tão delicado e difícil.

Esse é o poder da comunicação. Muitas pessoas nunca me viram, muitos sequer concordam com meus pensamentos sobre nosso amado Atlético, mas todos foram humanos, solidários e amigos num momento assim.

Quinta-feira dia 19 de novembro às 19h30 na Igreja do Abranches será celebrada a missa em homenagem a ela. Sintam-se convidados. E quem não gosta do ritual canônico, não se sente bem ou qualquer coisa que o valha, me encontre depois no Casa Velha. É vida que segue e com certeza D. Rosa ficará feliz com aquele doce e sincero sorriso de mãe coruja, vó cuidadosa e que me deu boa parte daquilo que sou hoje.

Vida que segue Rosa, contigo longe fisicamente mas pra sempre dentro do meu coração.

ARREMATE

“Quero abrigar, no entanto/
Mais uma flor que renasce/
Para fugir da saudade e sorrir outra vez.”
- Para fugir da saudade – PAULINHO DA VIOLA.


Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.