Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Amor

13/11/2009


Quando se está apaixonado é fácil falar de amor, até mesmo porque confundimos as coisas com grande facilidade. É fácil também falar de amor eterno, mas esse existe muita, mas muitas poucas vezes.

Eu amo o Atlético. Essa foi uma escolha, parte consciente, parte advinda de uma paixão avassaladora que me dignifica, que me faz melhor e nessa gangorra de sentimentos que é torcer para aquele que se tornou o maior clube de futebol do Estado.

Por amor estarei acompanhando o Atlético nesse desafio domingo. E o jogo é daqueles ingratos, contra um clube com fama de grande, mas que nem tem onde treinar ou jogar e que depende de uma descarada torcida dos meios de comunicação nacional e ajuda das arbitragens para escapar de um merecido rebaixamento. Porque se tem um clube na Primeira Divisão hoje em dia que deve na praça, esse é o Fluminense, alçado numa manobra de bastidores da Terceira para a Primeira em somente um ano e fica por isso mesmo, como se nada tivesse acontecido.

E para um clube tradicional como o Flu, cair vai ser uma boa. Pode se refazer administrativamente, estreitar os laços com sua torcida de final ou fase boa e trilhar um caminho mais digno, menos tortuoso e que afinal, foi percorrido por outros clubes tradicionais sem traumas como Palmeiras, Botafogo, Galo Mineiro, Corinthians e agora o Vasco. Porque time grande quando cai, volta no ano seguinte, não fica jubilando na segundona!

E com amor é que vou torcer para que a Justiça divina seja feita, Atlético na cabeça e, quem sabe, de cabeça para mais um Maracanazzo neste domingo!

Outro amor se foi. Não um amor de paixão, amor de homem mulher, aquele amor que também é uma gangorra. Esses vão e podem voltar (e como a gente quer isso!). O amor continua, quem sabe mais intenso, mas se foi fisicamente. D. Rosa, minha mãe, na manhã desta última quarta-feira, dia 11 de novembro.

Ela, que gostava do Colorado e por isso nutria simpatia pelo Paraná Clube, mas faz anos que dava uma de atleticana só para ver o filho caçula (eu) mais feliz em casa. Pensando bem, acho que ela pensava no meu extremo mau humor nas derrotas e viu que o melhor era o Atlético ganhar para eu ajudar a encher a casa de alegria, gritos e cantos!

Rosa, que passou os últimos momentos conscientes da vida comigo, de mãos dadas e usando suas poucas forças para mostrar que contava comigo sempre. Rosa, que é uma linda flor, mas que murchou de vez na manhã da cinzenta quarta-feira, dia 11 de novembro. Uma Rosa que não tinha espinhos, que era doce e que tanto amo e sei que tanto me amava.

Uma Rosa eterna.

ps. quem tem sua mamãe viva, cuide! Elas são as mulheres que nos amam de maneira mais fiel e incondicional. Estou tranqüilo e de consciência limpa, mesmo com meus defeitos, fiz minha parte e espero que D. Rosa olhe por mim lá do céu.

ARREMATE

“Amor da minha vida/ Daqui até a eternidade
Nossos destinos/ Foram traçados na maternidade.”
- Exagerado, de um cara que tinha mil defeitos, mas era um bom filho, CAZUZA.


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