Patricia Bahr

Patricia Caroline Bahr, 43 anos, é jornalista e se descobriu atleticana nas arquibancadas do Pinheirão, no meio da torcida, quando pôde sentir o que era o Atlético através dos gritos dos torcedores, que no berro fazem do Furacão o melhor time do mundo. Foi colunista da Furacao.com entre 2002 e 2010.

 

 

Basta

30/10/2009


A notícia da morte do estudante João Henrique Mendes Xavier Vianna revolta, indigna, assusta, entristece. João Henrique é mais uma vítima que o lado sujo do futebol tira de nós. Uma vítima que poderia ser qualquer um de nós, qualquer simples e inocente torcedor que um dia sai de casa vestindo a camisa do seu clube do coração e é vítima de uma ato bárbaro, cruel.

Do nada, vem um irracional que se acha no direito de “dar uma lição” e acaba com a vida dele e de outras pessoas por um ódio bizarro, achando que isso é amor às suas cores. Um ódio que não aceita diferenças, que não vê que antes de torcedores, somos todos humanos. Um ódio que não entende que não é porque você é vermelho e ele verde (ou vice-versa) somos apenas rivais, não inimigos mortais.

Até quando vamos ver esse tipo de selvageria em dia de clássico e ninguém vai fazer absolutamente nada? Meu Deus, em que mundo estamos que por causa de uma camisa de futebol um sujeito atira o carro em cima de outra pessoa e a mata? Isso é civilização? Isso é coisa de gente? Isso combina com esporte, com espetáculo, com show de torcidas?

Basta para tudo isso! Precisamos, exigimos uma resposta do governo, da polícia, dos gestores públicos, dos clubes, das organizadas, de toda a população. Não se pode mais conviver com esse medo de sair com a camisa do clube que você torce porque uma outra pessoa pode, de repente, tirar a sua vida.

Passou dos limites. A gente quer festa, a gente quer espetáculo, a gente quer futebol. Não queremos ler notícias de violência envolvendo o clube e o esporte que tanto amamos. Basta!!!!!!

À família de João Henrique os meus sinceros sentimentos.


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