Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Imaginação

28/10/2009


Será que dá pra imaginar o dia em que eu possa ir no jogo com um amigo coxa e me despedir dele na esquina do estádio, qualquer estádio, cada um vestindo sua camisa, desejarmos “má sorte” um ao outro enquanto o cumprimento sela a aposta de meia dúzia de cervejas para bebermos depois da partida? É isso assim tão utópico ?

Posso imaginar que parte da imprensa comece a parar de simplificar e querer colocar sempre a culpa nas organizadas? O jovem atleticano em coma ou mesmo o irresponsável que o atropelou são de torcida organizada por acaso? As torcidas que em clássico vão escoltadas de sede a sede, mas que não tem o poder de levar em casa cada marginal que nelas se infiltra e causa baderna e confusão serão sempre culpadas?

É usar demais a imaginação e querer que o tão zeloso Ministério Público pare de atacar um acessório como a absurda e sem sentido proibição da venda de cerveja nos estádios e ataque o principal, que é a violência, sempre nos mesmos lugares, sempre pela mesma gente? Não foi possível ainda observar que colocar a culpa na cerveja não colou, pois este ano já tivemos brigas e mais brigas em terminais de ônibus há quilômetros dos estádios, bombas dentro de campo e agora uma morte e que nada disso tem qualquer correlação com a cerveja no estádio?

É possível imaginar que a imprensa seja imparcial e mostre que a falta de critério na distribuição dos cartões foi fator preponderante para o resultado final? É imaginação minha ou realmente arremessaram uma caneta num jogador nosso, este entregou-a ao árbitro assistente e ficou por isso, enquanto dá-se mídia extrema para copos plásticos vazios, uma bala ou mesmo se inventa que sinalizadores foram jogados dentro da Baixada?

Imagino Alex Mineiro tirando a zica e fazendo logo uns dois gols e mostre que sua volta não foi um erro, como até o momento foram a volta de ídolos da torcida palmeirense Vágner Love e Fernandão no Goiás, cujos resultados dentro de campo também estão muito aquém do esperado.

Quero imaginar que Lopes, o grande professor Antonio Lopes, coloque em campo o que de melhor temos no momento e que a torcida se conscientize que perdemos o Atletiba como outra quase dezena e meia de partidas, que perder o clássico não foi o fim do mundo, que nosso time não fez ainda meia dúzia de boas partidas e que ainda que todos tenhamos saído do estádio com o amargo gosto da derrota para o rival, foi somente mais uma dentre as derrotas de um time que nunca ficou na metade de cima da tabela.

Não imagino nada diferente de uma boa vitória hoje diante do inconstante, mas perigoso Santos numa Baixada que vai apoiar os jogadores imaginando dias melhores.

ARREMATE

“Eu não quero tudo de uma vez/
Eu só tenho um simples desejo/
Hoje eu só quero que o dia termine bem.”
- Simples desejo, LUCIANA MELO


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