Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Segurança

15/10/2009


Uma vez indagado a respeito de se ter medo ou não, o Mestre Hélio Gracie (* 01/10/1913 + 29/01/2009) disse que “medo é uma questão de segurança. Quem não tem medo de nada, acaba temendo a si mesmo. O lugar onde tem mais destemido é o cemitério!” . Autodidata, precursor e podemos dizer, inventor do brazilian jiu jitsu que inspira o treino de 8 em cada 10 lutadores de vale tudo e assimilados mundo afora, Mestre Hélio mostrava mais uma vez que sentir medo não é feio. Tem que se ter controle dele e extrair daquele frio na espinha mais e mais motivos para a superação.

Carlos Alberto Parreira foi outro que em entrevista após a conquista do tetra em 1994 nos EUA foi perguntado se não achava que o Brasil jogou recuado demais. Para quem tinha a criatividade e geniosidade de Bebeto e principalmente Romário na frente, era básico saber se defender primeiro, pois para atacar é necessário ter a bola e só se tem a bola quem sabe se defender bem.

Dois mestres, dois professores, dois comandantes que (gostemos ou não do seu trabalho e dos seus métodos) são brasileiros respeitados mundo afora e com uma bagagem de conhecimento que não pode ser desprezada. Assim como nosso professor Antonio Lopes.

Novamente chegou sob desconfiança de parte da torcida e com uma obtusa crítica da imprensa tida como especializada. Focalizou os problemas e aos poucos e com trabalho, muito trabalho foi moldando o time à sua feição. Fez lá suas loucuras, mas vamos e venhamos, a imensa maioria delas deu certo e isso é que importa!

Sem medo de lançar os garotos, mas tendo todo o cuidado de um paizão, de um mestre, de um guru, de um professor foi deixando que jogassem, que pegassem no pesado mesmo, mas sem a responsabilidade de terem que resolver. Treina e repete e o faz a exaustão. Cobra muito, mas não se exime de elogiar e dividir os louros das vitórias com todos, por vezes assumindo sozinho o ônus do fracasso.

Antonio Lopes sabe das limitações deste time mais do que ninguém, experiência e vivência no futebol ele tem de sobra e ainda que tanto este mero escriba como os demais torcedores ou a crônica por vezes torçam o nariz para as escalações e até mesmo as substituições processadas pelo “Delega Lopes”, ele mostra que sabe o que faz.

O time não tem sido medroso e sim cauteloso. Demais dentro de casa? Pode ser que sim, mas temos tanto time e como boa parte da torcida que ter paciência e muita paciência a partir de agora. O Atlético não é um time com aquela qualidade que possa fustigar o adversário até o gol, é um time matreiro que tem que saber a hora certa de atacar sem se descuidar da defesa. E esse momento mágico pode ser na primeira desatenção do adversário como foi contra o Sport ou no lance derradeiro da partida, como diante do São Paulo.

Lopes como bom delegado, preza pela segurança e coloca isso em primeiro lugar. Depois sim vamos ao ataque, buscando o erro do adversário e indo pro abraço.

ps. PROFESSOR

As primeiras pessoas que acessaram este texto não leram essa parte. Falei de mestres, de comandantes e neste 15 de outubro não posso deixar de registrar meu agradecimento a todos (indistintamente) professores que tive até hoje.

Se fomos basicamente a união de fragmentos de tudo o que passamos, e se passamos grande parte de nossa vida em bancos escolares, nada mais justo que homenagear aqueles que despenderam seu tempo, sua paciência e seu carinho para ensinar o pouco que sei até hoje.

Aos professores que tive, que tenho e que terei, meus parabéns.

ARREMATE

“Fazendo efeito instantâneo/
Certeira como a carta marcada/
Vistosa e perfumada”
- Pode acreditar – NAÇÃO ZUMBI


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