Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Responsabilidade e isenção

23/09/2009


Não discuto a qualidade do time atleticano, por mim criticado desde quando se definiu pela permanência do mesmo time de 2008, cujas lembranças nada agradáveis ficarão eternizadas num DVD que comemora termos ficado em 13º lugar num campeonato de 20 times somente 1 ponto a frente do último rebaixado, o Figueirense com 44 pontos enquanto fizemos 45. Dos vários erros cometidos no ano, este foi determinante para termos perdido tanto tempo remontando e remendando o time que hoje oscila no Brasileiro.

Mas por que sempre a grama do vizinho é mais verde? Por que, em geral somos tratados de maneira tão diferente como os outros times da capital? Qual o nosso tamanho perante eles? Primeiro que acho de uma hipocrisia sem fim dividir o tempo dos programas, os espaços nos periódicos em três partes iguais, pois a dupla Atletiba possui um tamanho extremamente maior que o Paraná Clube, que luta para se manter na segunda divisão!

Mas por que as emissoras de TV fazem tanta propaganda do camisetão alvi verde quando ele enfeita a entrada do time e nada falam, não citam e tampouco mostram o Mosaico da torcida atleticana? Sem entrar no mérito de beleza e gosto, mas o enorme tecido dos coxas é uma coisa só, inclusive doado por um conselheiro para abrilhantar a festa da torcida coxa. E o Mosaico atleticano é um trabalho de formiguinha, de abnegados atleticanos que teem que projetar, calcular, comprar o material, cortar as partes, gastar tardes nas vésperas do jogo conferindo tudo, distribuir cada pedacinho do desenho horas antes nas cadeiras da Baixada e coordenar o levantamento dos painéis e depois do jogo ainda juntar tudo o que restou e que possa se reaproveitado. E por que não é dado o merecido destaque?

A nova onda agora foi o “Green Hell”, show de fumaça e luminosos na entrada do glorioso 3º lugar do estadual nos jogos do Couto Pereira. O efeito realmente é muito bonito, mas não há ineditismo algum nessa pirotecnia, sendo algo feito mundo afora há anos. Até mesmo aqui no Brasil já foi feito e para ser mais exato a torcida atleticana já compôs um CAP enorme somente de luminosos ano passado e também um TOF em alusão as iniciais da Torcida Os Fanáticos. O que é deles é sensacional, o nosso não é digno de nota....

E esta semana nos deparamos com matérias sobre a hora da verdade dos times, tanto os da ponta de cima como os da ponta de baixo da tabela. E pasmem, mesmo com 4 pontos a mais que o rival, vindo de uma vitória, ainda que magra, apertada e sofrida mas que vale os mesmos 3 pontos de uma goleada como a que o Mengo enfiou nos coxas, parece que estamos mais à beira do abismo que o time do Alto da Glória!

Paulo Baier é velho, Marcelinho Paraíba é experiente. Até dias atrás Márcio Gabriel, segundo os especialistas de plantão, jogaria em qualquer time do Brasil e hoje nem banco pega no alviverde. Carlinhos Paraíba é a reencarnação de Gerson, enquanto Netinho não presta, nunca prestou e nem nunca prestará! Ney Franco é bom, tem convicção no que faz, já Antonio Lopes é teimoso e ultrapassado. O coxa fez certo em não priorizar a Sul Americana porque precisa se recuperar no nacional, já o Atlético fraquejou diante do frágil Botafogo. Aliás, foi dado mais destaque para um jogo isolado do Brasileiro, uma rodada ordinária como outra qualquer feita somente para atender aos interesses da TV do que para o até então único clube paranaense numa competição internacional!

Não quero privilégios, nem que papariquem o Furacão e com isso escondam os erros do Atlético com suas contratações malucas por exemplo. Mas não dá é pra desdenharem a vinda de Rodrigo Tiuí que fez sim alguma coisa no futebol e acharem que os problemas do time que se intitula verdão e quase não tem nada de verde no uniforme cessaram com a vinda do mediano Makelele que nem banco estava pegando no Grêmio.

Gostaria sim que a disputa pelas capas dos jornais fosse entre ver qual dos dois rivais da cidade entraria no G-4 na próxima rodada, qual jogador nosso ou deles está sendo observado pelo treinador Dunga e não quem tem que fazer mais contas para não cair. Mas ir contra o óbvio, lutar contra os números que mostram termos uma campanha superior a deles em todos os quesitos, inclusive número de sócios e torcedores por jogo é querer demais que as convicções pessoais se sobreponham à realidade dos fatos.

ARREMATE

“Um dia do sábio vale mais que a vida do ignorante” - provérbio árabe.


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