|
|
Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
|
|
|
|
Confesso que tenho ao menos tentado entender, ou pelo menos tentado imaginar como acontecem as negociações conduzidas pela atual diretoria do Atlético. É difícil entender algumas coisas, e ao contrário de entendimentos, estamos prontos apenas para engolir tiros no escuro e discursos prontos. Gostaria de mais esclarecimentos. Gostaria de ter mais informações para poder analisar ponto a ponto, os motivos que levam, por exemplo, o Atlético a contratar Brasão.
Não quero entrar no mérito “Brasão”. Acho uma baita sacanagem, e tenho (ainda tenho) o mínimo de consciência para não ser injusto, indiscreto ou seja lá o que for. Afinal de contas, nem conheço o Brasão! Mas afinal de contas, alguém conhece o Brasão? E por falar em consciência, acho que pode ser exatamente isso que esteja faltando dentro do Atlético. Consciência para se fazer futebol.
Daí fico tentando imaginar outra vez, em mesa redonda, a decisão de uma negociação. “Ótimo jogador, revelação na série C. É isso, vamos trazer Zulu” - “Puxa vida, e agora? O jeito é dispensar Zulu”. “Excelente, recebemos a informação do atleta Brasão. Vamos trazer Brasão”.
“Bora Zulu! Hoje mesmo o Atlético Goianiense está te esperando de braços abertos”. Seis horas da manhã, alguém puxa o cobertor de Zulu, joga a passagem sobre a mesa e “pé na bunda”.
Lá se foi Zulu. E que venha o Brasão!
Sério mesmo, meus amigos atleticanos: eu gostaria de morder a língua em quatro pedaços. Gostaria de receber (e tomara Deus que eu receba) centenas de mensagens daqui a dois meses me dizendo para engolir tudo o que falei sobre o surpreendente Brasão. “Viu Rogério, seu corneteiro, vá criticar antes de saber a verdade!” Mas minha gente, o duro é que não somos bestas ou otários (queria ser um desses, acho que essa gente sofre menos) e já sabe exatamente os finais dessas histórias. Finais de histórias de Zulu´s, Preá´s e companhia ltda.
A política de contratação do Atlético está errada! Ninguém percebe isso? Será que alguém vai tomar alguma atitude antes do barco afundar? Por que gastar tanto dinheiro (o dinheiro que o clube não têm) com apostas e apostas e mais apostas inconsequentes? Afinal, onde estão os tais “gênios da bola?” Alguém sabe? Alguém viu?
Faço questão de solicitar aqui mesmo, neste espaço, que Ocimar Bolicenho venha a público e nos forneça, no mínimo, esclarecimentos. Repito, isso é o mínimo que precisa ser feito!
Vivemos em um clube de história, de tradição. Aqui ninguém apedreja o CT, invade concentração, depreda ônibus do time. Aqui existe educação, aqui existe respeito. Aqui, do lado de cá, do lado do torcedor, há muita sabedoria para entender que a culpa não é do Zulu, do Brasão, do Preá, do Julio Cesar, do Eduardo, etc. Pelo contrário, eles não têm culpa de nada!
É preciso encarar a realidade, encarar a torcida do Atlético, encarar a situação e sair em busca de verdadeiras soluções. É hora de sair deste mundinho almofadado e decidir, de uma vez por todas, qual será o caminho do Atlético. O caminho vencedor, que começa com um time no mínimo competitivo, ou o caminho da lamúria, da chacota, do fracasso e das aparências.
Chega do mundo do faz de contas, até porque aqui não existe nenhum palhaço. É hora de se fazer futebol. Futebol de verdade, e ponto final.
|
Este artigo reflete as opiniões do autor, e não dos integrantes do site Furacao.com. O site não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso dessas informações.