Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Cabeça fria

31/08/2009


Derrotas como a de sábado voltarão a ocorrer. Não com a excentricidade do placar extremamente elástico para um adversário fraco como foi, mas o time do Atlético é nada mais que mediano e num campeonato disputado e de um perde-ganha tremendo como é este, o fator campo vale muito. Por isso há de se lamentar não termos feito sequer um dos seis pontos que disputamos contra times como o nosso, exemplos do Náutico e Vitória.

Não sei ao certo o que faltou diante do Timbu, se sorte, competência, ousadia, pontaria ou comprometimento. O adversário fez gols em lances estranhos, indefensáveis e num momento em que tínhamos o anfitrião sob controle. Não fizemos gols em lances teoricamente mais fáceis do que aqueles que resultaram nos tentos do Náutico. O time correu, mas no terceiro gol por exemplo a facilidade com que o volante rival foi entrando em nossa área foi de assustar. Coisas da bola!

O que o elenco deve ter em mente, ter a cabeça no lugar e raciocinar é que este time é limitado e somente conseguirá bons resultados jogando muito próximo do seu limite. Foi assim, jogando com todo o gás possível é que fizemos boas partidas e vencemos adversários sabidamente mais fortes, como Internacional, Cruzeiro e São Paulo. Jogando a bolinha que jogamos nas duas últimas partidas fora de casa, seremos presa fácil e passaremos sufoco até o final do campeonato. Este comprometimento é que o time deve ter, se focar, saber tanto das limitações de qualidade suprindo-a com muita disposição, assim como também saber que tem sim seus predicados e deve saber explorá-los para obter os melhores resultados.

A mesma tranquilidade que as vitórias nos deram, devemos ter neste momento pós derrota. Contra o Botafogo por exemplo, arrematamos uma mísera bola a gol e num lance muito rápido, mas que o menino Patrick estava impedido, vencemos um adversário que errou pênalti, carimbou nossa trave e obrigou Galatto fazer boas defesas. Não pode-se ter ilusão e só olhar os resultados, mas a produção em campo e vitórias como esta não podem mascarar um quadro de fragilidade do elenco, que jogando com toda a disposição, com garra e comprometimento pode sim nos deixar numa situação mais cômoda no Brasileiro.

DESFALQUES

Paulo Baier fez falta, isso tudo mundo sabia. Queria ver como se comportaria o time em campo sem Valencia. Há algum tempo tenho reparado que a idolatria da torcida pelo colombiano me parecia meio demasiada, talvez por uma simpatia maior pelos de fora do que pelos daqui. Valencia marca, corre, tem um vigor físico impressionante, mas erra muitos passes e por isso mesmo é um jogador muito faltoso. Compensa deficiências com muita luta e correria. Via e ouvia muitas críticas aos outros volantes do time e sempre Valencia parecia ser poupado.

Sábado deu para ver como o colombiano faz falta! Falta sim um cara vibrante como ele na meiuca e que tem talvez na humildade em saber não ser craque uma qualidade importante. Com Valencia na proteção de defesa, inclusive nossos alas apóiam mais, pois sabem que o gringo tá ali atrás pra segurar a onda caso o adversário venha no contra ataque.

Confesso que não estava achando Valencia com essa bola toda, mas sua ausência diante do Nautico mostrou claramente que no atual elenco ele é outro jogador sem substituto à altura.

ARREMATE

“A coisa mais difícil para o homem é o conhecimento próprio” - provérbio árabe


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