Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

Questão de caráter

25/08/2009


Em toda profissão temos o bom e o mal profissional, no futebol não é diferente e a chegada de Paulo Baier ao Atlético foi de extrema importância para o clube em 2009. Além da reconhecida qualidade técnica que ele agrega ao time, a vinda do meio campo serviu para mudar alguns padrões que eram adotados no clube.

A ideia de que os jogadores que ganham mais que os outros somente trazem prejuízos, já que desagregam e desunem um grupo, se mostra burra. O que define um bom grupo de trabalho é na verdade algo lapidado durante toda a vida da pessoa: o caráter.

A história de um atleta em um clube é construída única e exclusivamente por ele, pelas suas ações, a sua conduta dita o seu futuro. A eterna promessa, que parece vai acabar sem o tão sonhado contrato internacional, Dagoberto fez a sua escolha e mostrou qual foi a sua formação. O resultado que mostrou se a escolha foi certa ou errada pode ser conferido, domingo, na Baixada, quando o mesmo recebeu do estádio inteiro intermináveis vaias.

Um outro grupo de jogadores também fez a sua escolha e optou por formar uma panela, que pretendia ditar as regras e o comportamento que deveria ser adotado por todos no clube. O saldo que mostra se fizeram a escolha certa ou errada pode ser percebido desde o afastamento dos mesmos. Um grupo unido e com vontade, algo que os banidos esqueceram o que é depois do Campeonato Paranaense.

Fica claro que, acima da qualidade de um jogador, a principal informação é sobre o seu comportamento e seu histórico pelos clubes por onde passou. Em um esporte coletivo a famosa ficha limpa passa a valer mais que um driblador mirabolante, que pensa única e exclusivamente no seu passe, ou no artilheiro que se preocupa mais com o seu cabelo e o seu número de gols, do que com o que ele está fazendo para o clube por onde joga.

Enfim, no furacão, no time da raça, tem espaço para todo tipo de jogador. O que ganha bem, o que não ganha tão bem (mesmo ganhando muito mais que grande parte do povão que paga para vê-los), o que tem qualidade técnica, o que não tem qualidade técnica, mas compensa com vontade, porém acima de tudo para vestir o manto rubronegro é preciso acima de tudo ter caráter.


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