Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Alegria

17/08/2009


É interessante a reação que esperamos de uma criança ao lhe dar um presente. O robô que tudo faz sozinho, o brinquedo com lâmpadas multicoloridas ou a boneca que de tão perfeita parece gente. E de repente a criança, na singeleza peculiar da idade brinca, ri, diverte-se com a embalagem! Mexe no plástico que reveste o regalo , gosta do barulho característico da embalagem, se inebria com a fita que veio lhe adornando. Se esquece do principal, do presente em si, mas se contenta com a simplicidade da embalagem.

Nós atleticanos somos um pouco assim. Não que a gente se contente com pouco, e até mesmo a geração que acompanha o Furacão na última década e meia é mais crítica, viu mais títulos do que a maioria tinha visto em oito décadas de vida de um clube onde crise era palavra corrente e conquistas eram nada mais que sonhos. Mas mesmo assim guardamos uma característica de valorizar o que é nosso (por vezes até mesmo supervalorizar), de amar aquele pequeno retângulo do chão sagrado da nossa casa, desde a mais simples Baixada até a portentosa e magnífica Arena, nos orgulhamos de feitos que para outros clubes seriam coisa normal, mas pra gente tem um valor e significado muito maiores.

Somos assim e por isso valorizamos uma vitória como a de ontem. Somos assim e nos alegramos em ver em campo um time que não é um primor de técnica, que ainda erra muitos passes e que por vezes não sabe sequer o que fazer com a bola, tomando decisões precipitadas e erradas, mas um time com alma, um time guerreiro e que não se entrega. Um exemplo disso, dessa nova concepção é Marcinho, um sujeito que nunca foi boçal em reclamar da torcida, que nunca a desafiou, que quieto ouviu as vaias por saber que era sim merecedor delas naquele momento e que tem ouvido nas últimas partidas seu nome gritado em coro pela nação rubro-negra. Podemos ser exigentes, até certo ponto chatos, mas procuramos ser justos e incentivar mesmo quem merece ser incentivado.

Não somos e nem fomos brilhantes, mas mostramos a alegria de jogar em casa diante da torcida. Estranhamento o Atlético parecia ter medo de seus próprios torcedores de uns tempos pra cá, porque se acovardava mesmo dentro de casa e não tinha iniciativa. O péssimo início de Brasileiro, em especial com as várias derrota em casa mostraram isso.

Ontem foi um dia de alegria. Uma alegria que o fiel torcedor atleticano estava merecendo, pois fazia mais de um mês que a gente não via o sorriso, o abraço no vizinho, os cantos na saída do estádio e a certeza de que todos teremos um bom começo de semana, com o humor mais pra cima, com alegria estampada no rosto e nos nossos corações.

Não queremos muito, não somos muito exigentes, queremos apenas ter a alegria de ser rubro-negros de coração novamente e que acompanhar um jogo do Atlético, independentemente do placar, seja um prazer e não motivo de desânimo, dor de cabeça e mal humor.

A mesma alegria, o mesmo sorriso que verei final de semana dos meus amigos, ao termos todos a certeza que a cirurgia pela qual passará D. Solange Henk teve completo e irrestrito êxito. Fica a torcida e minha reza. Força !

ARREMATE

“Eu sei que vou te amar/
Por toda a minha vida eu vou te amar/
Em cada despedida eu vou te amar/
Desesperadamente, eu sei que vou te amar”
- Eu sei que vou te amar – TOM JOBIM & VINICIUS DE MORAES


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