Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

A Baixada é nossa!

14/08/2009


Mario Celso Petraglia é de fato um homem fantástico. Inegavelmente fantástico! A partir de suas ideias inovadoras e radicais, com início em 1995, administrativamente é um visionário como poucos neste país. Petraglia é um homem de negócios, mas não é um homem de futebol, esporte onde habita o maior sentimento de um povo: a paixão. Futebol e paixão são palavras extremamente próximas. Caminham juntas, lado a lado. Não há como dissociar o futebol da paixão, da emoção, do coração.

Não tenho receios de expressar qualquer palavra de crítica a Mario Celso Petraglia, pois minha transparência permite e sempre permitiu que ele mesmo soubesse exatamente qual é minha posição e meu ponto de vista sobre a sua postura, principalmente a postura frente ao futebol, a única que me interessa.

Quando Petraglia esteve diante do novo projeto do Atlético, a partir de 1995, com inúmeros profissionais e diretores apaixonados do mais alto nível, o Furacão foi um sucesso. Um clube que estaria despontando para o Brasil, para a América e para o mundo. O próprio atleticano custava a acreditar no que via, no que estava a sua frente, no sucesso que seu clube do coração se tornara. Quando Petraglia afastou as pessoas que entendiam de futebol e passou a tratar o clube como um grande negócio, o Atlético foi um fracasso. Eu, meus amigos Juarez Villela, Ricardo Campelo, Silvio Toaldo, entre outros, cansamos de escrever a mesma história, desde meados do ano de 2006. O Atlético deixou de lado o futebol, e vem colhendo, até hoje, frutos de falta de planejamento, enganos, apostas e riscos. Riscos que só não levaram o Atlético a segunda divisão graças a mobilização de sua torcida. Dependesse única e exclusivamente de sua diretoria, o Atlético estaria disputando a série B do brasileiro, não sejamos hipócritas.

Mesmo assim, e ainda assim, Mario Celso Petraglia não deixa de ser um homem sensacional, um verdadeiro revolucionário. Talvez Petraglia seja mesmo um grande “maluco beleza”. Daqueles que chegam, dão as cartas, ditam o seu ritmo e criam histórias espetaculares. Petraglia é fera, mas para lidar com a razão. Ao lidar com a paixão, não se encontra, talvez até pelo seu jeito rude, sério de ser. E paixão é sinônimo de sensibilidade, de explosão, de coração. 100% coração.

Impossível ignorar a nova grande ideia de Petraglia ao “jogar no ar” a Arena Atletiba. De fato uma tacada de mestre, até pela repercussão criada, principalmente no meio verde. Estão apavorados! Nós, como atleticanos alucinados e fanáticos, estamos revoltados, bravos, “p” da cara só de pensar nessa utopia, nessa fantasia criada apenas na cabeça de Mario Celso e de seus amigos, mas os coxas estão verdadeiramente desesperados. Chega a ser engraçado.

Fico imaginando o surgimento dessa alucinada criação. Mario Celso, tomando uma água mineral com gás, junto a alguns amigos whiskeiros e churrasqueiros, engajados a projetos mirabolantes, e pronto, surgiu a tal “Arena Atletiba”, para desespero dos coxas e revolta dos atleticanos. Estaria lançada, ali mesmo, a mais nova criação de Petraglia, este gênio empresarial. Talvez uma grande cutucada, principalmente em Orlando Pessuti, um atleticano empenhado e enlouquecido, correndo como um doido com o objetivo de viabilizar economicamente os assuntos da Copa. Sem dúvida, uma mexida geral com os políticos atleticanos, aqueles que sequer sonham com uma suposta união entre Atlético e Coritiba, e seriam capazes de tudo para que o coxa, em hipótese alguma, esteja envolvido nas coisas do Atlético.

Repito, foi uma tacada de mestre. Mario Celso Petraglia, como um administrador e investidor ousado, teve mesmo uma ideia genial sob o aspecto empresarial. Talvez tenha criado o mais novo “De volta para o futuro”, de autoria do cientista maluco, disposto a mudar o mundo.

Só esqueceu, como sempre, que futebol é paixão, e nem eu, nem meus milhares de irmãos atleticanos, iremos permitir que isso se torne realidade. O estádio é nosso, e para qualquer medida, precisa também da nossa autorização. A Baixada é do Atlético, é do povo atleticano, e jamais será dividida com ninguém. Nem em revista, nem em jornais, nem em sonho.


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