Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Paciência

12/08/2009


Paciência e persistência. Não é, mas poderia ser um mantra não só para o time como principalmente para a torcida nessa nova fase que o clube vive desde a saída do trabalhador, honesto, mas muito pacato Waldemar Lemos frente o time. Não é nenhuma reza, nenhuma forma zen de alcançar Shiva nem se comunicar com Buda, é simplesmente a maneira mais adequada que teremos de continuar fazendo pontos neste disputado e equilibrado campeonato.

Temos uma vocação ofensiva e sem pensar muito lembramos de Jackson & Cireno, Sicupira & Nilson Borges, Washington & Assis, Oséas & Paulo Rink, Lucas & Kelly & Gabiru & Kléber, além deste & Alex Mineiro. Há dois “traíras” que estão juntos novamente, foram bons de bola mas não merecem ser mencionados aqui, mas também fizeram uma boa dupla e muitos gols. Temos isso na nossa essência e por vezes nós mesmos, os torcedores, cobramos do time uma postura mais agressiva de ataque.

Mas o momento é outro. O time não foi magicamente mudado e nem mesmo reforçado depois da mudança no comando do clube, ainda que isso seja necessário para a continuidade da competição. Lopes fez uma mudança de enfoque, da maneira de ver o time e dele se comportar em campo. Deu novo ânimo a alguns atletas meio apagados e voto de confiança aos garotos, pois os protege caso algum deles falhe. Sem mistério, abrindo o jogo e mostrando claramente que somente assim conseguiríamos as vitórias e elas foram acontecendo.

O Atlético é um time preocupado primeiramente em não sofrer gols, depois joga e pouco se arrisca. Pode ser um jogo meio chato, feio e até mesmo monótono, mas enquanto ao menos não nos distanciarmos com certa segurança da zona de rebaixamento, teremos que ser assim. Alma de time grande, futebol cooperativo de pequeno. Torcida vibrante e que apóia como a dos grandes times do mundo, paciência e sabedora das limitações como dos times menores. Times menores e que podem causar surpresas como esse bom Grêmio Barueri que de eterno apontado como rebaixável, vem fazendo uma bela e louvável campanha, em especial fora de casa, quando os times “grandes” saem pro jogo, acham que vão submetê-los a seu melhor futebol, camisa e tradição e dão com os burros n´água.

Este é o erro que o Atlético não pode cometer domingo, quando joga fechando a rodada e sabendo exatamente onde pode ficar na classificação após a partida. Uma vitória diante da torcida, aquela que não precisa ficar se intitulando como a que nunca abandona, pois VERDADEIRAMENTE está sempre ao lado do time é de suma importância para dar crédito aos jogadores que estão devendo pra torcida, para que o trabalho do treinador Antonio Lopes continue a mostrar sua efetividade, para dar uma esperança de returno melhor ao vermos a classificação e especialmente para mostrar que a recuperação é verdadeira, consistente e não efêmera.

Paciência e persistência, ao time e a torcida no difícil desafio diante do Barueri na próxima rodada. Simples ingredientes que podem ser a receita para a vitória.

ARREMATE

“Você é o senhor do seu silêncio e escravo das suas palavras” - PROVÉRBIO ÁRABE


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