Silvio Rauth Filho

Silvio Rauth Filho, 50 anos, descobriu sua paixão pelo Atlético em um dia de 1983, quando assistiu, com mais 65 mil pessoas ao seu lado, ao massacre de um certo time que tinha um tal de Zico. Deste então, seu amor vem crescendo. Exerce a profissão de jornalista desde 1995 e, desde 1996, trabalha no Jornal do Estado. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2009.

 

 

O Delegado e os jogadores

03/08/2009


Antonio Lopes assume hoje o comando do Atlético pela quarta vez na carreira. Assim como em 2005, é recebido com grande rejeição por parte da torcida. Há quatro anos, os atleticanos não queriam um técnico tão ligado ao Coritiba. Na época, ele vinha de um longo trabalho no Couto Pereira.

Agora, porém, o ceticismo da torcida está ligado ao último trabalho de Lopes no Atlético, em 2007, quando conseguiu apenas três vitórias, seis empates e sete derrotas.

É difícil saber se o técnico conseguirá repetir o sucesso de 2005, quando chegou até a final da Libertadores, ou se repetirá o desempenho de 2007. No entanto, é possível garantir que os jogadores do Atlético terão que suar muito.

Lopes é o tipo de treinador dedicado e disciplinador. Gosta de acordar cedo e levar os jogadores para o campo na hora do café. E o treino é longo, intenso e meticuloso.

O lado positivo é que o time rapidamente terá uma disciplina tática bem definida. Cada jogador saberá em que posição deverá estar em campo em cada situação do jogo. O lado negativo é o desgaste. Se uma panelinha de preguiçosos dominar o CT do Caju, a queda de Lopes acontecerá rapidamente.

E nem sempre é fácil identificar os folgados e afastá-los antes que o treinador pague o preço pela mediocridade alheia. Esse tipo de motim surge silenciosamente, sem líderes e sem vestígios.

O Delegado, como é conhecido no futebol, também é durão na hora de conversar com os jogadores. Qualquer meio metro de erro no posicionamento durante um treino é motivo para uma bronca, daquelas que todos podem ouvir. Por um lado, o time ganha em disciplina e organização. Por outro, cria um ambiente tenso e com alguns insatisfeitos.

Outra característica do treinador é dar oportunidades aos jogadores jovens. A safra vice-campeã da Copa São Paulo provavelmente terá a chance de provar seu valor no Brasileirão.

É difícil saber se essas características vão casar com o Atlético de 2009. Na verdade, tudo vai depender dos jogadores. Ou melhor, da vontade de trabalhar dos jogadores.


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