Daniel Machado

Daniel Lopes Machado, 46 anos, é empresário e consultor em sistemas de informação. Considera os versos da sexta estrofe do hino atleticano, escritos por um ex-jogador, imortalizado em uma espontânea demonstração de amor ao clube, a mais bela poesia de todos os tempos: "A tradição, vigor sem jaça... Nos legou o sangue forte... Rubro-negro é quem tem raça... E não teme a própria morte!" Foi colunista da Furacao.com entre 2008 e 2010.

 

 

Pior

31/07/2009


O time rubro-negro é tão mole que sobre ele até o Avaí se deitou. Este último jogo contra o Goiás foi a coisa mais feia que vi na vida. Um horror. Várzea. Desliguei a tevê e fiquei meia hora olhando para o infinito, babando, imaginando a degola que nos aguarda.

Pior é constatar que o clube verde do planalto não passa de razoável, assim como Vitória, Náutico, Santo André e outros de quem levamos sarrafo. Com um pouco de competência, meteriam quantos mais quisessem.

Pior são as demonstrações de inexperiência e incapacidade da diretoria, apesar da boa vontade. Trocam treinadores e contratam ex-ídolos, seguindo incansavelmente o primitivo método da tentativa e erro. Entregam as decisões e responsabilidades sobre o futebol, de bandeja, a desditosos remunerados.

Pior é saber que, mesmo se fossem treinadores diferenciados, Geninho e Waldemar não dariam conta do tamanho da bronca. Da mesma forma, estarão acorrentados outros desafortunados que porventura vierem.

Pior é a preguiça, a vaidade e quase todos os outros pecados capitais, o corpo frouxo e o descaso do plantel. Individualmente, posição por posição, são melhores tecnicamente que muitos atletas dignos e vencedores de nossa história. Até têm certo valor, mas insistem na boleiragem, na derrubada de comandantes e na formação de panelinhas.

Pior são os nossos últimos suspiros que fogem, nos pés de Alex Mineiro, que definitivamente não é mais o mesmo, e no tendão de Aquiles de Claiton, rompido feito o clube que o contratou.

Pior é perder um importante mando de campo, graças à selvageria de animais que acabaram de descobrir o fogo, a pólvora e, agora, as bombas.

Pior é ver que o Fluminense está atrás na classificação, e saber que logo não mais estará.

Pior é ouvir: 'nada é tão ruim que não possa piorar'.

Pior é olhar para o fim do túnel e não enxergar a luz.

Pior é perder as esperanças.

Pior é acreditar que a segunda divisão nos fará bem.


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