Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Surra de cinta

31/07/2009


“Nós não temos o que os outros times têm: atitude” (Marcinho – após a vergonha no Serra Dourada)

O meu questionamento é o seguinte: Por qual motivo os jogadores do Atlético não têm atitude? O que lhes falta para buscar motivação para jogar futebol?

Na minha opinião, de todo este plantel de cobras que o Atlético criou, salvam-se poucos. Melhor dizendo, quase ninguém, afinal, quem no meio de tanto moleque irresponsável terá vontade de mudar algum panorama? O problema do Atlético é interno, e não existe hoje no clube, sequer 1 (um) homem que coloque ordem na casa. Os grandes problemas internos do clube vem sendo anunciados por mim e por meus amigos colunistas há muito tempo. Nada de diferente é feito. Nenhuma atitude é tomada. É uma pena que nosso Atlético tenha se tornado, com o passar dos anos, um clube fracassado, pobre, sem cor, sem alma, sem nada. Um clube vazio, desrespeitado por seus próprios atletas. Não faço aqui ressalva a nenhum deles. Virou tudo uma farinha do mesmo saco. Saco, por sinal, pesado, carregado pela estática diretoria atleticana.

Quando teremos, finalmente, uma direção de futebol? Quando teremos uma liderança de futebol dentro do CT do Caju? Quando teremos, enfim, alguém que não precise pedir a benção da diretoria para a tomada de decisões?

Queimamos, nessa trajetória fracassada, o técnico Geninho, e estamos prestes a queimar também um dos maiores ídolos da história atleticana, Alex Mineiro. Nossos dirigentes estão realmente fazendo o impossível.

Misteriosamente as coisas acontecem dentro do CT, onde um bando de “mauricinhos”, playboys vitaminados, com carrões sensacionais, apartamentos de luxo e o diabo a quatro, estão levando o nosso clube ao caos. Será mesmo que o Atlético merece os tipos de profissionais que habitam o CT do Caju? Até quando nós, sócios, teremos que sustentar essa turma da cachaça, da noite e do pagode que estão a um passo de destruir o nosso Atlético? Chega de ladainha, chega de Antonio Carlos, Rafael Moura e companhia. É preciso respeito, coisa que anda em falta faz um bom tempo.

Cinco atletas afastados por condições físicas? Papo furado pra torcedor dormir. Contem outra.

Ontem comecei a ouvir algumas explicações sobre o momento do clube. Não suportei. As mesmas insinuações, as mesmas justificativas, o mesmo discurso. Sempre o mesmo discurso. Exatamente as mesmas palavras e os mesmos erros. A torcida do Atlético, mais uma vez, está silenciosa, estática e incapaz. O torcedor caminha, fazendo o mesmo papel de bobo, de otário, de palhaço.

O Atlético está, a passos lentos, caminhando para a segunda divisão. Em qualquer lugar deste planeta, qualquer outra torcida estaria explosiva, correndo atrás dos culpados, cobrando, exigindo e cercando a Baixada. Sem violência, mas com o simples direito que lhe compete. Ao contrário de tudo isso, nem uma medíocre recepção no aeroporto, nada! A torcida do Atlético é exatamente a imagem do clube: a verdadeira inércia. Talvez esteja cansada de levar tanta porrada, de dar tanto murro em ponta de faca.

A verdade é que tem muita gente levando vantagem nisso tudo. Hoje os interesses políticos e a boa fotografia prevalecem sobre todas as outras coisas no clube. A timemania voltou a ser prioridade, enquanto dentro de campo, estamos morrendo aos poucos, nas mãos de jogadores que não possuem o mínimo de dignidade e de compromisso.

O time do Atlético não sabe jogar bola? Sabe sim, só é preciso uma boa surra de cinta na bunda de cada jogador dentro do CT do Caju. Mas é preciso um homem com coragem para isso. Um homem que coloque um ponto final nos “mimos” do Atlético, que faça escorrer sangue dos poros dos jogadores, que coloque essa molecada pra treinar, pra suar e pra honrar a nossa história. História que está sendo manchada pelo marasmo e por um conjunto de erros.


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