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Juarez Villela Filho
Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.
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Dia desses o brilhante escritor atleticano Cristóvão Tezza dissertou sobre o poder de se dar a opinião. Sendo ele colunista do jornal de maior circulação em nosso Estado, sempre é instado a dar opinião sobre isso, sobre aquilo, sobre temas que mesmo não domina e as pessoas em geral querem saber o que acha. Aliás, as pessoas em geral acham um absurdo fazerem questionamentos e pessoas que emitem opiniões como Tezza por vezes não a terem, simplesmente pelo fato de não terem se aprofundado no tema.
Nem de longe quero me comparar ao brilhante Tezza e nem mesmo tenho as soluções para os problemas, alguns parecendo crônicos em nosso Atlético. Mas algumas coisas devem ser notadas. Só de boa vontade ninguém consegue nada, mas as contratações deste ano são ao menos um pouco mais criteriosas que dos anos anteriores. Podem não ser as soluções definitivas para nossos problemas, mas ao menos as duas últimas contratações podem sim ser chamadas de reforços. Demoraram demais, concordo, pois ainda não entendi porque mantiveram a fraca base de 2008 e creio que se Paulo Baier, sabidamente um jogador com qualidade, Alex Mineiro e Claiton estivessem aqui desde janeiro, a coisa poderia ser bem diferente.
Esse é o grande equivoco da atual administração atleticana no futebol, cometeu alguns dos mesmos pecados da sua antecessora, esperou o barco fazer água e se iludiu e quis iludir a torcida de que com o que tínhamos era possível até mesmo beliscar uma Libertadores como disse o Presidente Malucelli há dois finais de semana atrás no Panorama Esportivo Banda B após vencermos o forte Internacional.
Trouxemos Jorge Preá, simplesmente porque veio de graça e o Palmeiras lhe pagava o salário. Uma aposta, onde a certeza de que não daria certo era quase unânime. Veio Lima, xodó da torcida e que só brilhou aqui, aceitou ganhar muito menos do que recebia no Figueirense para ver se dava certo: não deu! Veio Wesley que nem banco pegava, que treinava em separado do nada mais que modesto Santos e aos poucos se tornou nossa maior esperança de que ocorra algo inteligente dentro de campo. Veio também Marcinho, credenciado e experiente, mas que não se destacava desde 2005, tentamos e tentamos reiteradas vezes, mas seu formato de porpeta e bochechas de Kung Fu Panda denotam que há algo errado. Meses com o time de arrastando, perdendo ou levando totó de bola mesmo dentro de casa (onde ninguém mais nos respeita) para times nada mais que medianos, a direção traz jogadores que além de demonstrarem qualidade, possuem identificação com a torcida: Alex Mineiro e Claiton .
Pontos para a direção. Se vale o ditado antes tarde do que nunca, mostram que buscaram soluções para as carências do time. Quanto ao comando técnico, busco ser cuidadoso. O mercado está extremamente inflacionado, existe meia dúzia de top treinadores que fogem do alcance do nosso bolso, mais uma dúzia de bons e nada mais que isso e o resto é caminhão de chinês, tudo igual, mudam o discurso, a retórica e tal, mas fazem mais do mesmo. Compensaria dispensar Waldemar Lemos, sujeito pacato demais para o sangue quente atleticano, mas coerente e muito trabalhador para trazer outro que ainda vai ter que conhecer o elenco, testar, pedir contratações, efetuar dispensas, vencer as primeiras e depois cair na mesmice? Creio não termos esse tempo para desperdiçar....
Ademais, nenhum treinador que passou por aqui nos últimos anos presta? Sempre tivemos elencos ao menos razoáveis e nenhum eles era capaz de nos dar um pouco de padrão de jogo pelo menos, ou os treinadores que passaram por aqui penavam com eternas improvisações, sem um referencial no ataque e sem um volante que saiba fazer algo mais do que somente destruir jogadas adversárias?
A solução pode estar dentro de nossa própria casa, com o time tendo mais confiança e fazendo da nação atleticana, a fiel e solidária torcida rubro-negra, a machucada e doída massa do Furacão sua aliada e não sua inimiga. Creio que ainda nos falte um bom zagueiro que resolva a situação por ali, que chegue mandando prender e soltar e pode estar dando sopa na Série B pedindo para jogar a primeira divisão. Basta querer e investir em chuteiras, pode ser essa a solução. De resto, mais uma vez, a torcida atleticana dá um jeito.
ARREMATE
“Minha mente nem sempre tão lúcida/
Fez ela se afastar/
Mas ela vai voltar” - Ela Vai Voltar (Todos os Defeitos de Uma Mulher Perfeita) – CHARLIE BROWN JR.
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