Ricardo Campelo

Ricardo de Oliveira Campelo, 45 anos, é advogado e atleticano desde o parto. Tem uma família inteira apaixonada pelo Atlético. Considera o dia 23/12/2001 o mais feliz de sua vida. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2011.

 

 

Desalento

27/07/2009


Não há outra palavra para definir o atual sentimento do torcedor atleticano. A situação é desalentadora. Entramos simplesmente no quarto ano consecutivo de disputa do Brasileirão com o objetivo único de fugir do rebaixamento. E pelo quarto ano seguido, a sensação que temos é de que "deste ano, não passa".

Mas o que há de errado, afinal?

É a diretoria que não contrata? O Atlético se reforçou com Marcinho, jogador consagrado, Paulo Baier, que ano passado ainda atuava bem pelo Goiás, o ídolo Alex Mineiro, que fez 37 gols em 2008, e o xodó da torcida Claiton, com sua liderança característica. Além disso, manteve no elenco Wallyson e Márcio Azevedo, nossos jogadores de maior qualidade, e trouxe Wesley, uma aposta que vem rendendo bem.

Seria o treinador o problema, então? Sinceramente, tenho minhas dúvidas. Apesar de me irritar com o jeito aparentemente passivo de Waldemar, não tenho grandes discrepâncias com suas últimas escalações (prejudicado por desfalques importantes). E chegou a proporcionar ao time certa evolução com relação a Geninho, vide a partida que fizemos contra o Internacional.

O que o treinador precisa é fazer com que o Atlético alcance ao menos uma regularidade; que consiga no mínimo atuar bem e ter volume de jogo dentro de casa. Caso contrário, sabemos bem quais serão as consequências.

Defesa

Se tenho uma grande restrição com este time, é a defesa. Creio que meio e ataque podem e tendem a melhorar com as últimas contratações. Mas a zaga tem sérios problemas. Primeiro, faltam peças de qualidade, e o único que vem jogando razoavalmente bem, Rafael Santos, é anunciado como provável reforço do Bologna. Para piorar, Vinícius e Galatto vem alternando atuações fracas e inseguras, revelando outra posição que precisa ser reforçada.

E não adianta achar que os garotos da base vão resolver esta parada. Por mais potencial que tenham Manoel e Carlão, não vai ser segurando este rabo de foguete que conseguirão se firmar. Pelo contrário, precisam entrar no time eventualmente, e tendo o apoio de outros zagueiros experientes. Zaga é posição que necessita de segurança e experiência, quem teve o mínimo de contato com futebol sabe disso.

Reforços (no plural) para a zaga e para a meta são necessários para que tenhamos chances de permanecer na primeira divisão. Mas ainda que consigamos alcançar este "feito", permanece o desalento: quando é que voltaremos a ter objetivos dignos?


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