Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Missão

23/07/2009


Uns tem como missão estudar, formar-se, trabalhar e ganhar dinheiro, traçam esse objetivo e lutam por ele. Outros se vêem frente a frente com a missão de cuidar da mãe já velhinha, de sobrinhos e sobrinhas e por essas pessoas que ama lutam e se sacrificam. Rambo teve como missão resgatar soldados aliados em território inimigo. Os homens de preto tem como missão invadir a favela e deixar corpos no chão. De alguma maneira todo mundo tem uma missão.

Nós atleticanos temos a nossa. Enquanto torcedores vão ao aeroporto recepcionar os jogadores na base da porrada (coxas em 2007) ou com nariz de palhaços (Botafogo 2008), enquanto uns picham o muro do clube (Palmeiras 2009) e invadem treino pra tirar satisfação (Paraná e Fluminense este ano, Bahia ano passado e Flamengo 2007), outros o fazem soltando bombas dentro de campo (Flamengo de novo, mas em 2008 e Figueirense também ano passado) nós fazemos o que? Nos associamos em massa!

Naquele momento “deprê”, quando muitos viram as costas, nós abraçamos o clube, o protegendo, nos unindo, nos apegando ao menor fio de esperanças e lutando para que no final tudo dê certo. É fácil se intitular “maior e mais fiel”, se dizer a “que nunca abandona” mas quando se faz isso de verdade não precisa ficar se vangloriando para os outros. Quando somos bons de verdade, não precisamos dizer o quão o somos, os outros vêem e comentam isso.

Temos a missão de amar esse clube, esse escudo, essas cores, não importando quem esteja em campo. Nem de longe metade desse elenco merece vestir a camisa que veste. Não compreendo o porquê de se ter deixado desde a virada do ano a tal base depois do terrível 2008 que nos ofereceram em troca da fidelidade, da sociedade, do pacto que fizemos com eles ano passado. Reformular agora é bem mais complicado e pagamos o preço de mais uma vez deixar o barco começar a afundar para fazer os remendos necessários.

A situação financeira está complicada e querem aumentar o plano de sócio para R$ 60,00? Acho justo, to dentro. Minha missão como atleticano é ajudar da melhor forma possível e se essa forma não é a definitiva, mas ajuda a amenizar o problema, que se faça! Aliás, falta um pouco de espírito Maquiavélico a essa direção, precisa ser mais incisiva na tomada de decisões, não vacilar ser impetuosa e corajosa não temendo uma queda de popularidade, ainda que momentânea. Não temos como postergar decisões, remediar e passar a mão na cabeça.

Waldemar Lemos tem como missão levar a campo o que temos de melhor e não demorar tanto para tomar decisões no decorrer da partida. Sei da fragilidade técnica da equipe, que tem entrado em campo primeiro no intuito de não sofrer gols, depois tenta jogar e se der, especialmente em bolas paradas, fazer o tento que garanta a vitória, mas em casa especialmente o time tem que ser mais ousado. Concordo que ele não tem muitas opções e em nosso banco não há absolutamente NENHUM jogador que entre e mude o panorama da partida, mas ontem se algum dos atacantes tinha que sair era Rafael Moura (ele de volta, 3 partidas e nenhum gol da equipe: coincidência?) e não o menino Wallysson, que ao menos nos daria alguma chance de contra ataque.

A missão deste limitado time é se entregar em campo, mesmo que nos últimos dois jogos eu tenha visto que não faltou determinação, disposição e garra, faltou sim qualidade e faltou muito! Andar sobre o fio da navalha, se superar pelas próximas 25 rodadas é humanamente impossível, temos que ter um mínimo de padrão de qualidade, tanto técnica quanto tática que nos permita ao menos em casa vencer uma meia dúzia de partidas sem ser no sufoco. Com o atual aproveitamento, o rebaixamento é mais do que um alerta, é algo infelizmente bastante próximo da realidade.

A vinda de Alex Mineiro tende a melhorar o time, até porque pior que está é quase impossível, mas sozinho ele, nem ninguém pode fazer nada. Com esse fraco time que é mantido rodada a rodada corremos o risco de queimar um dos, senão o maior nome da história atleticana. Alex Mineiro é um alento, mas não é o Salvador da Pátria. O time prova seguidamente que precisa se reforçado e a missão dos atuais detentores do poder no clube é buscar soluções, pois vivemos uma constância, mesmo com algumas vitórias pouco convincentes, de derrotas e derrotas e mesmo dentro de casa o Atlético não vem conseguindo se impor, isso já desde o estadual.

Até quando somente nós torcedores vamos cumprir e nos esforçar para cumprir nossa missão como atleticanos? Quando enfim direção e atletas farão sua parte?

ARREMATE

“Não é nossa culpa
Nascemos já com uma bênção
.
.
.
Até quando esperar /
A plebe ajoelhar
Esperando a ajuda de Deus”
Até onde esperar. PLEBE RUDE.


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