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Juliano Ribas
Juliano Ribas de Oliveira, 51 anos, é publicitário e Sócio Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2007 e depois entre março e junho de 2009.
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Hora do intervalo. Ao invés de 15 minutos, uma semana. Dos 180 minutos, passaram-se pouco mais de 90. Temos ainda uns 90 e poucos minutos para buscar o tÃtulo.
É muito, ainda mais se comparado com o tempo que tÃnhamos para buscar o empate na última decisão entre nós e os verdes. Menos de 10 minutos é o que tÃnhamos quando Gustavo marcou o gol do tÃtulo de 2000.
Tempo é algo que percebemos de acordo com a realidade. Quando temos pressa, parece que passa rápido. Quando queremos que voe, se arrasta. Lembro-me que naquela decisão o tempo parecia que voava, mas ninguém ficou desanimado. Quando Gustavão botou para dentro, foi a confirmação de uma coisa que já esperávamos, o endosso de uma certeza.
Circunstâncias nos impediram de ser campeões invictos. Um lance infeliz do Vanderson. A saÃda do Jadson. O gol perdido do William. O esquema "duro" do Mário Sérgio. Porém, outros fatos nos dão a alegre esperança de que a vitória será uma questão de tempo. As defesas de Diego. A boa atuação do Ilan. A raça do time. A volta do Washington. Os erros de Mário Sérgio.
Sim, os erros de Mário Sérgio. No final das contas, eles podem ter um lado bom. Ele pode perceber que Fernandinho não pode sair do time. Que Jadson, aconteça o que acontecer em campo, não pode deixar o jogo tão cedo, pois é imprevisÃvel o seu talento. E que jogo contra os "troxas" se ganha quando se busca a vitória, não quando se espera que os céus proporcionem um erro para ser aproveitado. Afinal, eles não são Real Madrid, são apenas os coxinhas.
PoderÃamos, sim, ter perdido o primeiro tempo da decisão, como de fato perdemos. De certa forma, foi um resultado normal, se é que perder para o time de lá do morro pode se chamar de resultado normal. Mas foi na casa deles. E lá eles jogam com um 12º jogador: o fedor de urina que vem das infiltrações do concreto puÃdo, ao qual estão bem acostumados.
Falando seriamente, acredito no tÃtulo paranaense dos 80 anos. Não é difÃcil reverter a situação. Acredito que em algum momento dos próximos 90 minutos, pode ser cedo, pode ser um pouco mais tarde, faremos o gol ou os gols que nos darão a vitória. Estou com a mesma sensação que tinha um pouco antes do gol do Gustavo. Mas isso é apenas intuição de torcedor, pois não tenho bola de cristal (falando em cristal, mando boas energias para o time peruano de mesmo nome).
O importante é deixar birra com técnico, implicância com algum jogador, ceticismo e mau-humor em casa. Se você ficou bravo com o Mário Sérgio, esqueça o ressentimento. Torcida não escala time e seja quem for que entrar em campo, merece nossa confiança durante esses próximos 90 minutos da decisão. Por exemplo, se o Alessandro for escalado, o que acho difÃcil, não o xingue quando ele passar à frente do alambrado, mesmo se esse for um costume seu. Se o Ilan tentar uma jogada individual e perder a bola, não mate a iniciativa do rapaz de tentar de novo. Tente deixar o Ramalho jogar. E por aà vai.
O tempo está passando e logo voltaremos do intervalo. A vibração dos 3.500 que estiveram no chiqueiro não pode diminuir e tem que ser multiplicada com a presença dos outros atleticanos que lotarão nossa casa. No segundo tempo da decisão, teremos que transformar a Baixada em um abatedouro de porcos, não em um muro de lamentações. Porque time nós temos mais, torcida nós temos mais. E fé, quando queremos, também temos mais.
ATIREI O PAU NOS COXAS...
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