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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Agüenta coração
08/04/2004
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Não tem jeito, o clássico da decisão não sai do pensamento. Entra noite, vem a madrugada com algumas noites mal dormidas e não consigo pensar em outra coisa senão o atletiba. Começam a aparecer imagens de clássicos passados, como o primeiro que assisti em 1978, quando o Atlético perdeu nos pênaltis, e vi ser comemorado pela primeira vez um tÃtulo de futebol, e vejam só, pelo maior rival. Na verdade, foi quando comecei a sentir que o meu sangue era rubro-negro. E qual a explicação? Não sei, mas sabemos que não existe explicação quando tratamos de "amor ao Atlético".
Voltando ao ano de 2004, quando o árbitro apitou o final do jogo contra o Londrina, imediatamente começaram os famosos "frios na barriga", a ansiedade que insiste em nos rondar e acaba nos tirando muitas vezes a concentração. Começam a aparecer na memória as grandes conquistas do furacão, como a conquista do campeonato em 1982, quando enfiamos 4 x 1 no Colorado do goleiro Joel Mendes. Neste jogo assisti Nivaldo bater uma falta do meio da rua e selar o tÃtulo, o resto ficou por conta de Washington e Assis, o saudoso casal 20. No ano seguinte viria o bicampeonato, em dois atletibas, ambos no estádio do rival. Neste ano tÃnhamos Joel, o garoto de ouro da Baixada, o meia Jorge Luis e o valente lateral Augusto, entre outros.
Chega a minha memória também o tÃtulo conquistado em 1990, também no salão de festas, com um empate de quatro gols, sendo um deles resultado de uma jogada magistral do zagueiro Berg do time verde, cabeceando a bola de costas contra o seu patrimônio. Atlético campeão Paranaense de 1990. E é com imensa angústia que me lembro do tÃtulo regional de 2000, com um empate em 1 x 1, num jogo para testes cardÃacos na Arena. Confesso que após o gol de empate do zagueiro Gustavo, não consegui mais assistir o jogo, apenas ouvi atentamente a narração de um amigo de arquibancada, o qual me acalmava e afirmava que o tÃtulo já era nosso. E foi. Após o apito final, foi só correr para o abraço e sair atrás do trio elétrico ao embalo da canção de Ivete Sangalo em nossa versão: "o furacão é canibal, comeu a coxarada, agora eu tô feliz...".
Ah! Atlético, sinto pulsar forte mais um clima de decisão. Tento me preparar psicologicamente, mas para isso não existe preparação. Vou apenas esperar chegar a hora, e à s 18 horas do sábado já estarei, como milhares de tleticanos, vivendo os primeiros momentos de êxtase. Vamos desde já iniciar nossa corrente rumo ao tÃtulo, voltar nossos pensamentos ao momento positivo e mágico da consagração estadual.
Então, que venha o coxa, e que venha mais uma festa na baixada, e quem quiser, pode chegar.
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