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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Anestesia: privação mais ou menos completa da sensibilidade geral ou da sensibilidade de um órgão em particular, produzida por uma doença ou por um agente anestésico.
Estaria o atleticano passando por uma fase anestésica de torcedor? Eu não sei, mas gostaria de saber a opinião do leitor. Preciso da interação do internauta atleticano para poder revelar em próximas colunas o sentimento que toma conta do torcedor atleticano. Portanto, torcedor atleticano, mesmo que você esteja sem qualquer tipo de ânimo, está convidado a me enviar a sua opinião.
Explico o motivo dessa introdução ao meu texto:
Minha última coluna neste espaço foi no dia 23 de junho, praticamente 15 dias. Durante este período, tenho voltado as minhas atenções às reações dos mais diversos torcedores, a grande maioria, anestesiada. Parecem passar por um momento de inércia, momento este que os impossibilita até mesmo de esbravejar. “Não dá mais”, dizem alguns. “Isso é um descaso”, dizem outros. “Cansei”, diz a maioria. Como torcedores, podemos absorver este tipo de sentimento? Na verdade não devemos deixar que o desânimo prevaleça diante deste período crítico em que se encontra o nosso Atlético, mas que temos todo o direito do mundo, isso ninguém pode negar. Afinal de contas, “haja saco” pra aguentar o Atlético dos últimos jogos! Eu me coloco nessa turma do “haja saco”. Só mudei do “haja saco” para o “haja estômago” quando a terceira bola do Grêmio sacudiu a rede do goleiro Vinícius.
Logicamente, a maioria dos atleticanos encontra-se no estado descontente, num estágio de desilusão tão grande que chega a assustar. Pudera, com este time em campo, não há fanático que suporte. É difícil mesmo, portanto, totalmente compreensível qualquer tipo de movimento negativo que tome conta do torcedor. Porém, frente a toda essa lama para a qual fomos lançados, o que mais me preocupa é o torcedor estilo “conformado”. Confessemos, há sim uma pontinha de conformismo dentro de cada um de nós. Não foi uma, nem duas ou três vezes, que em praticamente 15 dias eu ouvi o famoso “temos que nos conformar com a segunda divisão”.
Mesmo que eu teime em não acreditar nisso, algumas pessoas me forçam a crer que no próximo ano eu seja candidato absoluto a presenciar jogos da série B do brasileirão. Quem são essas pessoas? Zé Antonio, Rhodolfo, Antonio Carlos, Marcinho, Rafael Moura, etc, etc, etc. Numa boa, tô de saco cheio dessa gente. Ou o Atlético renova esse plantel ridículo, ou esvaziaremos a linda Baixada na mesma velocidade em que a lotamos. Cadeiras ficarão desabitadas, não tenham dúvidas, afinal de contas, o torcedor não merece tanto descaso, tanto desrespeito e tanta indiferença. Torcer, ficar ao lado do Atlético, empurrar o time, cantar o jogo todo, tudo bem, faz parte da nossa paixão, mas ser chamado de palhaço, aí não dá.
Falta de investimento em reforços, falta de planejamento no futebol, falta de comando no departamento de futebol, falta de profissionais a altura da diretoria de futebol do clube, panelinhas, corpo mole, blá, blá, blá. Tudo isso e muito mais vem sendo cobrado há muito tempo, mas nada, absolutamente nada de concreto é realizado para mudar o panorama de um clube que se arrasta há quatro anos. Somos seríssimos candidatos ao rebaixamento, e seria extrema hipocrisia de nossa parte não admitir este fato. Não somos hipócritas, burros ou tolos. Somos sim realistas e está mais do que escancarada a necessidade de mudanças.
O Atlético não pode mais pensar em fazer remendos no elenco. O Atlético precisa urgentemente renovar, recriar, remodelar o seu estilo de comando e sua visão sobre o futebol do clube. Remendos nos levarão ao fracasso. Livrar-se de meia dúzia de atletas, reduzindo a folha de pagamento, também não solucionará metade dos problemas que temos em campo. Isso é apenas a consequencia do “inchaço” criado dentro do clube com o objetivo de tapar os buracos no elenco. Ou medidas radicias são aplicadas enquanto ainda há tempo, o que ainda não isola o risco, ou traremos a segunda divisão para junto do nosso povo com quatro ou cinco rodadas de antecedência.
E não vamos nos iludir, minha gente. Alex Mineiro é um baita atleta, mas não será a nossa salvação! Podem trazer o Riquelme, o Cristiano Ronaldo, o Kaká ou o Fernando Torres. O problema do Atlético não é pontual. O problema do Atlético é muito mais abrangente, e não se resume ao campo de treinamento do CT do Caju.
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