Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Deixe estar

23/06/2009


Antonio Carlos continuará como titular. E provavelmente será capitão do time diante de um Corinthians completamente reserva, ou seja, nossas chances de vitória aumentam ao menos um pouco e se ela vier teremos o discurso pronto da direção: “ viram, o elenco é bom, a base é boa, a mesma que nos livrou do rebaixamento ano passado e que foi campeã estadual este ano. Precisamos de tempo e da paciência do torcedor, vamos deixar o professor trabalhar e blá blá blá....”

Rhodolfo teve uma atuação discreta, porém superior às suas últimas bizarras atuações. Rafael Moura continuará desinteressado e aparecendo somente para assinar a súmula, numa clara demonstração de que quer ir embora. Continuaremos na base dos chutões, esperando que Paulo Baier recupere rapidamente a forma física porque sua qualidade ante o restante do elenco é evidente e faremos um ou outro gol em escanteio, falta batida na área ou coisa que o valha. Segue assim o Atlético numa vidinha, num faz de conta, como se tudo estivesse bem.

Manteremos até mesmo o fraco e inseguro goleiro, o mesmo que sequer para esfriar o jogo quando o Palmeiras veio para o abafa sabe fazer. O mesmo goleiro pouco corajoso que mostrou lhe faltar arrojo para voar no pescoço de Danilo e Henrique Dias na final do ano passado e sangue nos olhos para socar tudo que visse na frente, não só no escanteio que originou o gol, mas como no lance máter, quando quase levou um gol do goleiro (esse sim um goleiro de verdade) Marcos, lá da área palmeirense.

Vamos seguindo a vida com Márcio Azevedo indo pro apoio e com qualquer treinador minimamente inteligente fechando o corredor por ali e pronto: acabaram-se nossas chances de jogadas trabalhadas. Vamos com os 3 zagueiros que jogam em linha, sem sobra e que flertaram com o erro no lance de impedimento em que o auxiliar marcou o que 90% dos bandeiras marcaria, impedimento porque havia sim outros dois palmeirenses fora de jogo e em condições de participar, porquê perto do lance do belo arremate de Obina.

Vamos nós, fazendo de conta que está tudo bem, trabalhando mais uma semana sem fazer nenhuma contratação, ainda que Steve Wonder “visse” a premente necessidade de reforços pra ontem. Seguiremos com a lanterna mais um pouco, vendo os ponteiros do certame abrirem um mês de jogos (15 ou 18 pontos são um mês de jogos de diferença...).

Pedem apoio, damos. Reclamam de vaias, cantamos incentivando. Exigem sócios, lotamos. Querem o que mais? De novo vamos ter que levar um time fraco nas costas? Este ano não teremos como fazer promoção de ingresso, vide termos a Baixada lotada de sócios, não teremos como liberar faixas e bandeiras para dar mais apoio ao time, pois isso já existe, não teremos como afastar o Presidente pouco popular, porque não é esse o problema, não teremos nem o “fator Geninho”. Nos apegaremos ao que? Ao bicho “molhado”, aquele pago antes do jogo e que parece ser sim o maior motivador para o elenco?

Este ano diretores do Clube Atlético Paranaense, lutaremos até o fim contra o rebaixamento somente dentro de campo, no 11 contra 11 e o nosso 11 é fraco. Nacional de Rolândia, Paranavaí, Cianorte, Jotinha, todos clubes que sequer tem calendário pro restante do ano nos mostraram, mesmo os senhores não querendo ver. O chocolate do Coritiba na fase decisiva do campeonato, viradas diante do Náutico e um jogo amorfo diante do Vitória, todos esses times nada mais que medianos deveriam ter servido de alerta. Isso dentro de casa, nem falo de jogos fora...O que mais esperam os senhores para contratar? Uma vitória circunstancial diante do bom Corinthians e um empate diante do São Paulo, que empatou em casa até mesmo com o Santo André e passa por clara fase de declínio técnico são alentos? É se apegando em duas atuações que acham que o time é bom, que a tal base é boa?

Vão deixar estar como as coisas vem caminhando ou terão peito, coragem e ousadia em investir de verdade e buscar soluções para os problemas absolutamente claros que o time apresenta a bem da verdade, já há três anos? O que mais falta acontecer?

ARREMATE

“Eu quero beijos intermináveis/
Até que os olhos mudem de cor”
Não me deixe só – VANESSA DA MATA


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