Rodrigo Abud

Rodrigo Abud, 45 anos, é jornalista. Já correu dos quero-queros na Baixada, justamente quando fez um lindo gol do meio de campo. Tarado por esportes, principalmente o bretão, é também alucinado por rádio esportiva.

 

 

E no sábado Caju chorou

22/06/2009


Sob o arco ele mandou. Sem sombra de dúvidas foi e ainda é um dos maiores ídolos da história do Clube Atlético Paranaense, tanto que dá nome ao belo centro de treinamento rubronegro. Alfredo Gottardi, o Caju, onde quer que esteja, viu o jogo de sábado entre Atlético x Palmeiras, na Baixada, e depois das observar as duas falhas do nosso goleiro, Caju chorou.

Chorou porque sabe que no local que o consagrou nenhum goleiro atleticano pode cometer erros, ainda mais em jogos extremamente disputados e complicados. Foi as lágrimas porque sabe que Vinícius sob o arco tem grande qualidade, mas peca muito quando precisa sair do gol ou jogar com os pés.

Alfredo Gottardi chorou porque reparou, no banco, a presença de Galatto, arqueiro que no ano passou o fez sorrir, mas que em 2009 o deixou muito preocupado com o que acontecia no local onde Caju é rei.

De onde estava assistindo a partida contra o Palmeiras muitos ouviam as orientações de Alfredo Gottardi ao goleiro atleticano Vinícius, uma pena ele não conseguir ouvir.

No recuo de Paulo Baier, Caju bradou:

“Não domina, despacha direto pra onde está apontado o nariz!”

Não foi ouvido e o desfecho todos sabemos qual foi.

Nas inúmeras bolas alçadas em nossa área, gritou várias vezes a mesma coisa:

“Bola na pequena área é do goleiro, dá um murro caprichado nessa bola e tira ela daí”

Nesses momentos a Majestade do Arco, com o coração apertado pela emoção, observava que Vinicius não saia e quando saiu não fez como manda a cartilha, ripando tudo e todos que estão a sua frente, e acabou vendo seu time sofrer o empate no último minuto, nos últimos segundos.

Antes de voltar para seu merecido descanso, Caju mesmo com os olhos marejados, sorriu, pois viu mais um jogo do seu time do coração e viu que terá que estar novamente na Baixada, no sábado que vem, no mesmo horário, para ver o furacão enfrentar o Corinthians. Desta vez espera ser ouvido e estará, assim como toda torcida rubronegra, torcendo para quem estiver no lugar que só não tem seu nome por detalhe, afinal a regra e a nomenclatura oficial veio antes dele, ouça seus conselhos e treine muito as suas deficiências.


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