Rogério Andrade

Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.

 

 

Desastre

07/06/2009


Mais triste do que a humilhação é o desastre. Desastre na falta de atitude, desastre nos discursos, desastre quando se falta com respeito a uma nação apaixonada. Talvez a própria humilhação seja o maior desastre.

E baseado na palavra do presidente Marcos Malucelli, o Atlético vive um momento de desastre. Desastre que eu e vários amigos aqui do site Furacao.com, já prevemos há pelo menos quatro anos. Desastre que vem se formando dia após dia, e a cada jogo do Atlético, parece que a imagem do desastre ganha nitidez.

Hoje não tenho muitas palavras, afinal, o coração atleticano está triste, muito triste. Maltratado, amargurado e desrespeitado. Hoje quase não tenho mesmo palavras, talvez nem eu, nem milhares de atleticanos que enxergam tantas e tantas evidências, mas não conseguem enxergar o mínimo de desejo de mudanças. Seremos nós meros expectadores de um desastre?

Estamos tristes, chateados e preocupados, não apenas pela derrota para o Atlético Mineiro, mas por estarmos, ano após ano, nos vendo cada vez mais próximos da segunda divisão. Estamos tristes porque estamos nos sentindo sacaneados e enganados, jogo após jogo. Estamos também de saco cheio de ter que torcer para fugir do rebaixamento, vai ano, vem ano. Estamos de saco cheio de apostas, de discursos e de bobagens. Estamos putos da vida de ter que bater na mesma tecla o tempo todo, e nada de bom acontece.

É hora de mudança, e também é hora de muito investimento. Para um clube como o nosso, é pouco demais ter que se acostumar com a mentalidade de um time perdedor. É uma pena, meu amigo torcedor atleticano, mas o nosso Furacão, há algum tempo, é a imagem de um time perdedor.

E nessa altura do ano (após o campeonato paranaense, Copa do Brasil e início do brasileiro), não adianta procurarmos culpados dentro de campo. A maior culpa, lamentavelmente, está fora dele, na administração do clube.

É preciso, mais do que nunca, mostrarmos a nossa força de superação. E isso depende, exclusivamente, da diretoria do Clube Atlético Paranaense. A culpa não foi do Geninho, a culpa não é dos escalados, a culpa não é da torcida. A culpa é daqueles que não nos ouvem, que não acreditam em investimento em futebol e que acham que o milagre, um dia, vai acontecer.

Se uma mudança muito séria não acontecer, se os reforços não chegarem imediatamente e se o discurso continuar o mesmo, seremos o maior favorito a segunda divisão em 2010. Chegamos no momento em que não podemos errar. Chegamos no limite, inclusive no limite da nossa paciência.

Ainda dá tempo, mas é preciso ter atitude e investimento. Diretores do Atlético, isso é o mínimo que esperamos.


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