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Rogério Andrade
Rogério Andrade, 52 anos, é administrador. Atleticano de "berço", considera a inauguração da Arena da Baixada como o momento mais marcante do Atlético, ao ver um sonho acalentado por tantos anos tornar-se realidade.
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Durante o campeonato paranaense, após o clássico Atletiba, o qual perdemos para o nosso maior rival e apresentamos um futebol medÃocre, escrevi que o Atlético estava vivendo o complexo de vira latas. Fui duramente criticado por alguns, mas outros inúmeros leitores entenderam qual era o recado. Em momento algum insinuei que somos vira latas (teve até leitor que me acusou de estar chamando o torcedor de poodle) e em hipótese alguma desmereci ou critiquei o torcedor do Atlético. A única intenção foi deixar claro que o rumo do nosso clube estava (e ainda está, até que provem o contrário) desproporcional ao nosso tamanho e aos nossos ideais.
Nos apequenamos demais, e considerei este "apequenamento" exorbitante após perdermos o clássico contra os verdes, algo inadmissÃvel, pelo menos para mim. InadmissÃvel pela maneira como jogamos e pelo local onde jogamos, não pelo futebol em si, pois este jamais irá nos oferecer vitórias por toda a eternidade. Portanto, diante de tudo o que tÃnhamos na mão, jogando na Baixada, com a massa enlouquecida de atleticanos ao lado do time, não poderÃamos perder para os verdes.
Escrevo isso e volto um pouco no tempo para dizer que, na minha opinião, aquele clássico era o termômetro para o restante do ano. O tÃtulo foi um alento, mas por outro lado, mascarou um quadro que pode se tornar ainda mais perigoso no decorrer deste campeonato brasileiro. Perigoso porque o nosso complexo, o mesmo a que me referi após o Atletiba, ainda está muito vivo.
Não pense o leitor atleticano que vou concluir minha coluna criticando a nova diretoria do Atlético, longe disso. Admiro a gestão de Gláucio Geara e Marcos Malucelli, mas bem como a grande torcida do Atlético, quero soluções. Nossos dirigentes jamais deixarão de ser cobrados por mim e por muitos outros atleticanos, mas por outro lado possuem meu total apoio nesta virada e nesta caminhada até o final da gestão. Falar que a nova direção conquistou a torcida atleticana oferecendo frango e polenta é no mÃnimo uma grande bobagem. Já estão até cogitando uma "saudadezinha" de Mário Celso Petraglia, o mesmo que esteve a frente do Atlético no belÃssimo triênio 2006/2007/2008. Petraglia teria na manga o segredo da nossa recuperação? Malucelli têm bala na agulha para reverter o quadro? São questionamentos ainda sem resposta, mas que precisam ser desvendados urgentemente. Se a nova direção do Atlético pode fazer ressurgir um novo Atlético, ela, e apenas ela, pode nos provar isso. E o momento de provar alguma coisa é exatamente este.
Cobrei, cobro e continuarei cobrando a diretoria em busca do sucesso do Atlético. Jamais me omitirei. Mas que fique muito claro que o meu único propósito é ver um Atlético vencedor dentro de campo. Esta não é a melhor forma de sair deste estado diminuitivo em que nos encontramos, mas a única.
Ainda esta semana volto aqui pra falar de futebol, critérios, necessidades de reforços, etc. Hoje reservei só um pequeno espaço para alertar que o perigo é eminente, e todos nós temos que estar conscientes do nosso papel. Não é hora de baixar a cabeça. É hora de cobrar. Sem politicagem, sem interesses e sem receios. O Atlético está muito acima de tudo isso.
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