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Juliano Ribas
Juliano Ribas de Oliveira, 51 anos, é publicitário e Sócio Furacão. Foi colunista da Furacao.com entre 2004 e 2007 e depois entre março e junho de 2009.
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O patamar de Geninho
25/05/2009
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O treineiro Geninho se colocou, ou foi colocado por essa diretoria, num patamar acima do próprio clube. Goza de um espetacular prestígio dentro da instituição. Um verdadeiro papa com um salário de 200 mil reais.
Geninho chegou a exigir condições para a sua permanência para a torcida, tornando-a refém: “se eu achar que o relacionamento com a torcida não é bom, vou embora, porque não quero manchar minha história no clube”.
O relacionamento já não é mais o mesmo. Já pode ir embora, Geninho.
Geninho ocupa um patamar diferente de tudo o que já se viu na história do Clube Atlético Paranaense quando se fala de um treinador, funcionário contratado do clube. Ele não só treina o time, como também dirige o clube. Indica profissionais, contratas atletas como esse Wesley, decide quem deve receber direitos de imagem ou não.
Barra a contratação de Moraci Santana para prestigiar um tal Ridênio, emprega seu filho no clube, tem sua assessoria de imprensa feita por gente da direção de marketing do Atlético Paranaense.
Tem poder e influência que nem mesmo o presidente Marcos Malucelli tem. Tem uma proteção da maior torcida organizada que nenhum técnico teve até hoje. Deve ser por isso que ofendeu a maioria dos sócios do Atlético Paranaense dizendo, pouco tempo atrás, que só os torcedores “do cantinho” da Arena apóiam o clube. Por que será?
Marcos Malucelli e Gláucio Geara são os principais culpados por esta situação. É bastante oportuno para eles este escudo. Para sair da sombra de Petraglia, se aninharam sob as asas de Geninho. O medo total de encarar o que é ser presidente dos conselhos do maior clube paranaense, os faz buscar em Geninho o apoio da massa, para tornarem-se menos vulneráveis. Em contrapartida Geninho tem privilégios que extrapolam o seu altíssimo holerite, que buscam dar maior extensão ao seu contrato, que via de regra, é sempre curto pelos clubes por onde passa.
Essa simbiose entre Geninho e os principais dirigentes, só tem um prejudicado: o Clube Atlético Paranaense, que fica amarrado como instituição, pois as peças estão comprometidas com a manutenção de uma situação estanque. O clube está emperrado.
Hoje o Atlético Paranaense atua dentro desse modus operandi: pelo compadrio, não pelo profissionalismo.
No início do ano, Geninho se auto-colocou em um mesmo patamar que Mário Celso Patraglia, dirigente que mudou a história do Atlético Paranaense. Disse: “a torcida escolhe quem ela prefere, Petraglia ou eu”. Acho que já tem muita gente pensando na primeira opção.
Agora temos que aguentar Geninho dizendo que “não podemos perder na Arena para equipes do mesmo patamar que o nosso”. Vitória e Náutico são clubes do nosso nível? Que tamanho Geninho acha que o Clube Atlético Paranaense tem? Que status ocupa no futebol nacional? Definitivamente, não é o mesmo que o de Geninho. O Atlético Paranaense é infinitamente maior que esse treinador.
O time atual não é essa desgraceira toda. O time é muito mal treinado. Não tem esquema tático, variações de jogadas. Também não tem preparo físico, abre as pernas ao fim das partidas. E como pode um jovem de vinte anos como o Wallyson sentir uma contusão muscular apenas por dar um pique?
Também não temos um treinador de goleiros do ramo, e todos sabem, goleiro é treino, para se buscar a perfeição. O declínio técnico do Galatto é algo significativo. Alguém acha que ele desaprendeu a catar no gol?
Geninho tem que sair o quanto antes, para quebrar essa teia nociva de relacionamentos que existe dentro do clube. Mas como sobreviverá essa diretoria sem o escudo de sua santidade, o Gênio?
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