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Sérgio Tavares Filho
Sérgio Juarez Tavares Filho, 45 anos, é jornalista e morou até os 12 anos em Matinhos, litoral do Paraná. Acompanha o Atlético desde que nasceu e vive numa famÃlia 100% rubro-negra. Até os cachorros se chamam Furacão e Furacão Júnior. Foi colunista da Furacao.com entre 2001 e 2009.
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Saà da Baixada arrasado. Triste mesmo. Fazia tempo que não sentia tanta vergonha de ver o Atlético em campo. O primeiro tempo não pode servir de parâmetro para o restante da competição. O 2 a 0 tapou o sol com a peneira. Bastaram uma alteração do técnico adversário, duas falhas do nosso goleiro e o meu mundo caiu, tal qual o da MaÃsa. Não é um, dois ou três reforços que o time precisa. Eu colocaria no mÃnimo sete jogadores numa lista na mesa do Malucelli. Não atletas em fim de carreira que viriam fazer festa no Brasil, como o Vieri. Mas alguém com vontade de mostrar o futebol, como a jóia rara Wallyson.
Escrever sobre o segundo tempo do jogo contra o Náutico é enganar o torcedor. Falar que Geninho acertou ao colocar Gustavo, Pimba e Patrick na fogueira também não é correto. Mas se faz necessário analisar o "primeiro G" do domingo.
Achar o Ponto G na mulher vem sendo uma atividade praticada desde a pré-história. Diz a lenda que algum homem das cavernas saciou a esposa e ela, muita fofoqueira, espalhou o boato da satisfação. Dominou-se o fogo, inventou-se a roda, a evolução foi contada em verso e prosa, mas o tal ponto só ficou gravado em pinturas nas cavernas. Algumas fingiram, disseram que o parceiro é sim um expert mas no fundo, bem lá no fundo mesmo, sabem que é tudo uma ilusão.
Ilusão parecida com a desse time que entrou disputando o Brasileiro. Só que por aqui ninguém contou a história. Nem a lenda. Vivemos no mundo do faz-de-conta há tempos. Geninho saciou a vontade do Atlético de ter um tÃtulo nacional. Conseguimos a façanha em 2001. Dominamos o Brasil, quase a América, a evolução foi contada em verso e prosa, mas o que ficou só foi o registro gravado em pinturas nas revistas e em belas imagens de arquivo. Alguns continuam afirmando que o clube é o melhor do mundo mas no fundo, bem lá no fundo mesmo, sabem que é tudo ilusão.
A torcida, incluindo este pobre escriba, também tem culpa. Compramos a história de um goleiro que fez a façanha no Grêmio. Por aqui, deveria de ser tratado apenas como um profissional correto e digno e não como um Ãdolo. Galatto é o "segundo G" deste domingo.
Se na pré-história tivesse Orkut ou Twitter, a mulher saciada pelo cabra-macho não pararia de disparar "Estou chegando lá novamente". Até vejo a senhorinha dona de comunidades como "Eu sei onde fica o meu Ponto G". Se tivesse um carro, colocaria o adesivo "Ache o Ponto G, pergunte-me como". E as mulheres mais sensÃveis e curiosas seguiriam a moça nas redes sociais. Papo vai, papo vem, percebendo que a conversa não levaria a lugar algum, o tal ponto seria deixado de lado e a "forma tradicional" colocada em prática novamente. "Me dê mais uma chance", diria a saciada. Não haveria mais ninguém para responder.
Galatto não é um mau goleiro. É apenas um profissional respeitado pela história no tricolor gaúcho e que em pouco mais de um ano no Atlético fez brilhantes defesas, como no último jogo contra o Flamengo, em 2008. Ganhou a confiança, poucos o criticam - incluindo este escriba - mas já deu pra perceber que ele não nos levará a lugar algum quando for exigido. O problema de Galatto é a reserva. "Me dê mais uma chance", diria VinÃcius. Eu responderia que não.
O Atlético precisa voltar a ser Atlético o quanto antes. É preciso deixar de lado a eterna procura pelo Ponto G e fazer do jeito que todo mundo sabe. O que não pode é perder o tesão, assim como já tem gente perdendo.
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