Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 56 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

Dr. Jekyll e Sr. Hyde

19/05/2009


"Minha análise da alma, do nosso rendimento em campo, leva-me a crer que o nosso time não é verdadeiramente um, mas verdadeiramente dois. Um deles esforça-se para alcançar tudo que é nobre dentro de campo. É o que chamamos de lado bom, time vencedor. O outro, quer expressar impulsos que prendam-no a obscuras relações do futebol. Esse é o que podemos chamar de mal. Ambos travam um eterno combate no íntimo da natureza futebolística, e contudo, estão atados um ao outro. E este elo provoca a repressão ao mau e remorsos no bom. Agora, se esses dois times pudessem ser separados um do outro, quão livre o bom em nós poderia ser, que alturas poderia alcançar! E o assim chamado mal, uma vez liberto, buscaria sua própria realização, e deixaria de nos perturbar... não mais jogaríamos da forma que jogamos contra o Vitória. Isso seria parte do passado..."

Qual o time do Furacão que estará em campo nos próximos jogos? O médico ou monstro?

"O Médico e o Monstro", um dos clássicos do cinema mundial, foi produzido logo após o término do cinema mudo, há mais de setenta anos e pode ser usado para explicar o dúbio estado de espírito vivido em campo pelo Atlético nesses dois primeiros jogos do brasileiro.

A equipe parece se transformar em um monstro, disforme, primitivo, que não consegue articular seus pensamentos e nem ter controle sobre sua ações em campo. Nada parece funcionar e a insegurança do campo é transmitida às arquibancadas. A partida contra o Vitória foi isso. Poderíamos jogar durante muito mais tempo e nada, nada mesmo daria resultado. Contra o Corinthians na Copa do Brasil o monstro esteve em campo durante cinco minutos, que nos custaram a vaga.

Contra o São Paulo lá estava o médico. Um time arrumado, com uma consistência razoável, jogando sem estar acovardado mesmo diante de um adversário de muita qualidade. Um zagueiro que mostrou ter muita qualidade, Márcio Azevedo jogando bem, uma boa estreia de Rafael Miranda, enfim, estivemos bem e se não fosse o apito, teríamos tido melhor sorte na partida.

Vem aí o Náutico. Quem estará em campo? Dr. Jekyll ou Sr. Hyde? Quem os sócios do Furacão, que estão fazendo sua parte, vão encontrar em campo no domingo? Precisamos de uma sequência de resultados positivos, que nos ajudem a criar corpo e autoridade para sermos temidos em casa.


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