Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Sou rubro, sou NEGRO

13/05/2009


Carlinhos, Bruno, Miranda, Cacau, André, Flávio, Lucas, Kelly, Djalma Santos, Ziquita, Kleberson e Kléber. Não, isso não é uma escalação de algum lendário time atleticano ou um Atlético dos sonhos. É a prova de que em toda a nossa história tivemos jogadores que colocaram em campo seu rubro sangue junto de sua negra cor.

Washington e Assis, o iluminado Dirceu e o maior de todos, o predestinado Alex Mineiro. Negros, pele escura, sorriso claro, sorriso que faziam multiplicar no rosto dos milhares de atleticanos de todas as cores sorrindo na Baixada de tijolinhos, no frio e longínquo Pinheirão, nas festas que fizemos no Couto Pereira, no “Farinhaquão” reformado e hoje na high tech Arena da Baixada. Seus gols, suas glórias, a libertação de um gente que infelizmente mesmo depois de mais de 100 anos da assinatura da Lei Áurea ainda é vítima de preconceito num país multifacetado como é nosso Brasil.

Wilson, Paulo Miranda, Agnaldo, Fião e o gol cala boca de Nélio. Gente como a gente, gente de pele negra e bola no pé. Eles são parte integrante de um time popular, de gente de todas as cores, credos e raças e onde nunca espero ver o que infelizmente as sociais do Couto presenciaram mais de uma vez, quase sempre com o silêncio da grande imprensa, tomada por gente de pele alva.

Raul, Nei, Valencia, Wesley e o garoto Patrick. Ainda jovens, negros e que defendem nossa camisa rubro-negra em campo. Hoje, 13 de maio, que se celebre com alegria a libertação no papel de todo o povo negro e que essa libertação se faça em atitudes, em atos, na realidade dos fatos e não meramente numa folha assinada pela Princesa Isabel.

Minha homenagem aos negros, mulatos, cafuzos e mestiços e a todos aqueles que acreditam que os homens se distinguem entre si muito mais do que pela mera cor da pele e sim pela inteligência em saber conviver com todas as diferenças. Dedico esse singelo texto ao meu sobrinho e afilhado Noah.

ARREMATE

“Zumbi é o senhor da Guerra/
Zumbi é o senhor da demanda/
Quando Zumbi chega/
É Zumbi quem mandá!”
- Crença popular


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