Juarez Villela Filho

Juarez Lorena Villela Filho, 46 anos, é advogado, funcionário público estadual, dirigente de rugby e arruma tempo para acompanhar jogos do Atlético, isso desde 1987. Conhece 49 estádios Brasil afora onde foi ver de perto o Furacão. Sócio desde os tempos do Atlético Total em 1998 e na nova modalidade Sócio Furacão desde 2007.

 

 

Haja coração!

06/05/2009


A torcida do Corinthians dispensa comentários. Vibrante, que joga com o time (por vezes mais que o time), popular, fiel, enfim, adjetivos positivos não faltam à sua imensa massa torcedora, grande em todo o país. Aliás, características essas extensivas a times onde seus torcedores tem origem mais popular como o Flamengo, Internacional e os Atlético, o nosso e o mineiro.

Agora dizer que “todo corinthiano é maloqueiro, sofredô” é generalizar ao extremo, pois também tem muito industrial, professor universitário, empresário de sucesso que torce para o time do Parque São Jorge. E tem mais um lugar que parece estar repleto de corinthianos: nas redações das tevês, sejam paulistanas, cariocas, abertas ou por assinatura (onde exige-se um pouco mais de qualidade). Beira o insuportável vê-los falando e babando ovo no time alvinegro.

Há comentários que tem sim seu mérito, como enaltecer a bela campanha de campeão paulista invicto e a manutenção de uma invencibilidade de meses do time do bom Mano Menezes. Se esquecem entretanto de analisar que boa parte dessa invencibilidade deu-se contra times da segunda divisão, lugar onde o “timão” desfilou com classe ano passado.

Ver o jogo pela Band é para masoquista. Se para Luciano do Vale tudo é lindo, maravilhoso e sensacional, o folclórico e até engraçado Neto tem duas visões do mundo: a corinthiana e a não corinthiana! O árbitro “unha de cavalo” é um fanfarrão, mas leva uma vantagem muito grande em relação ao crítico de arbitragem Arnaldo Cezar Coelho da Globo, pois crava, mesmo que depois volte atrás na hora do lance o que acha e o que não acha, não faz como este que espera o oitavo replay da quinta câmera diferente para dizer se acha ou não alguma coisa.

A torcida do narrador e dos comentaristas pelo Corinthians beira o absurdo! Semana passada, Dentinho covardemente deu uma cotovelada em Rafael Moura e pior que isso, fingiu-se de vítima do lance contando com a complacência do péssimo árbitro pernambucano e o lance foi tido como normal. Além do pênalti inventado a falta que resultou no primeiro gol alvinegro não ter existido, outra falta inventada foi batida com a bola rolando e por pouco não saiu outro gol. Comentários da tv? Quase gol corinthiano, nenhum pio sobre as flagrantes irregularidades.

Agora a onda foi inventar uma suposta provocação de Rafael Moura por ter falado que o lateral adversário é de segunda. Como se no campo os jogadores de qualquer equipe pedissem “com licença” ou “por favor” num esporte de contato, vibrante e onde todos querem ganhar. Ridícula a maneira como a emissora e seus blogs e jornais tentam vender uma verdade que é somente a sua verdade.

E por incrível que pareça vemos entre torcedores uma postura muito mais equilibrada. Sem modéstia alguma considero a cobertura, obviamente voltada para os torcedores do Atlético Paranaense, dada pela furacao.com com uma linha muito mais razoável que de outros veículos. Impressionante é ir no site da Gaviões da Fiel, de longe a maior organizada do Corinthians e ler o texto sobre a partida de semana passada, descrevendo os fatos, pela visão alvinegra com certeza, mas sem desmerecer o adversário ou distorcer os fatos como os “jornalistas” da grande imprensa estão se acostumando a fazer.

Por fim perde o bom jornalismo, repleto de gente que torce assim como eu, você, como um atleticano, como um corithiano, que paga ingresso, é sócio, que toma chuva, sol, pedrada, pega ônibus lotado, é obrigado e voltar de madrugada para casa por causa do absurdo horário das 21h50 só porque o jogo só começa depois da novela e ter que agüentar gente que fica confortavelmente nas cabines ou por vezes dentro de seus confortáveis estúdios destilando seu veneno e fazendo clara torcida pelo time do coração.

O Atlético pode perder e considero o Corinthians, ainda que derrotado na primeira partida, com certo favoritismo, por ter um time mais qualificado, mais entrosado, jogar em casa com o apoio de uma torcida que joga junto e por ter Ronaldo, um Fenômeno que dispensa maiores apresentações. Só espero que a decisão, que a vaga fique com aquele time que ao final da partida tenha apresentado mais predicados para seguir adiante na Copa do Brasil e que interesses outros, em especial das emissoras de teve ávidas por audiência, anúncio e patrocinadores, não se sobreponham ao interesse esportivo.

Boa sorte Furacão: contra tudo e contra todos.

ARREMATE

“Mira, mis 2 cañones/
Tumbo los cabrones...!!!”
- No Entiendes La Onda (How I Could Just Kill a Man) – CYPRESS HILL


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