Jean Claude Lima

Jean Claude Lima, 57 anos, é publicitário e jornalista, sócio-proprietário da W3OL Comunicação Ltda. Compreende o fato de ser atleticano como uma complementação da sua própria existência e professa essa fé por todos os lugares do mundo onde já esteve ou estará. É pai de uma menininha, Mariana, que antes mesmo de nascer, já esteve no gramado da Arena, e agora de um menino, Rodolfo, batizado com uma camisa onde se lia "nasci atleticano".

 

 

A redenção ou o inferno

02/05/2009


Amanhã todos os atleticanos estarão perto de dois mundos completamente diferentes. O primeiro é o da vitória, da volta olímpica, da comemoração, do resgate completo de nossa dignidade, tão afrontada nos últimos dias. O outro é o inferno que se alguns acreditam não existir, poderão ver suas convicções abaladas. Não sendo campeões nossos maiores pesadelos estarão expostos diante dos nossos olhos e nenhuma palavra poderá nos servir de consolo.

Qual dos mundos irá se materializar?

De fato, essa semana foi cheia de surpresas sob todos os aspectos. Primeiro pela capa do jornal Tribuna do Paraná, cuja reação provocada na alma dos atleticanos, prova que ainda temos muito chão pela frente para formar uma geração de jornalistas que tenham sensibilidade, responsabilidade e respeito por uma parcela significativa de seus ex-leitores. A indignação está sendo mostrada nas arquibancadas, eu sinceramente, não consigo entender como um editor de esportes inteligente e um fotógrafo experiente, deixam ir adiante uma situação como essa. Pouco importa se colunistas do jornal, notadamente identificados com o Atlético chegaram a dizer que a referida capa era “arte pura, produzida num único pensar, que não tem o direito ao erro. Irrepreensível, porque foi uma representação viva do fato, que resultou no estado emocional de todos os atleticanos”. Não era e não será! A tal capa jamais poderá ser esquecida por nenhum de nós e essa declaração está às portas do absurdo. Imaginem uma capa como essa sendo publicada na Folha de São Paulo, no Estadão ou no Globo. Visualizem as reações de torcidas como a do São Paulo, do Vasco ou do Flamengo. Mas aqui em nossa aldeia, as coisas parecem não ter quaisquer limites e mesmo o que foi uma grave ofensa, é transformado em coisa corriqueira, cotidiana e até mesmo banal. Parece que o assunto nem é digno de retratação. Portanto, é justa a reação do Atlético e Júlio César deve ir às últimas consequências.

A outra surpresa e dessa vez agradável, foi a vitória sobre o até então, invicto “timão”. E alguns ainda tentaram esvaziar o peso dessa vitória. Mesmo com os dois gols sofridos no final da partida, quem perdeu para o Atlético foi um time que não perdia há 25 jogos, e que no domingo passado venceu o Santos em plena Vila Belmiro por 3 a 1. Vencemos e com autoridade e até poderia ter diso melhor. Isso não é fato que justifique títulos e sub-títulos como “anti-climax” ou coisa que o valha. É difícil se conformar com isso, pois sempre prevalece o lado menos importante da questão quando o assunto é o Atlético.

Em casa, quando debatemos em família qualquer assunto onde há divergência, fazemos um exercício interessante, chamado de “a lógica da inversão”. É simples: troque de lado e olhe a questão sob o ponto de vista do outro. Se fôssemos nós que estivéssemos jogando amanhã contra o Nacional, e nossos adversários jogando pelo título contra o Cianorte, não haveria vitória no Atletiba que justificasse a perda do título no centenário. Olhando a questão sob esse ponto de vista, vamos com tudo contra o Cianorte amanhã, não importando quanto eles tenham recebido para endurecer o jogo. Vamos carimbar o centenário dos caras. Essa é a nossa redenção.


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